O Estadão está mudando – outra vez. A estréia do
Estado de S. Paulo Edição Digital marca não só o término do projeto de reformulação
gráfica e editorial de um dos maiores jornais do país,
mas talvez uma nova fase na mídia online brasileira,
seguindo uma tendência mundial de integração de
periódicos com a rede mundial.
A Edição Digital, assim como a versão anterior,
funciona de maneira independente do portal
estadão.com.br, e possibilita aos internautas uma nova
maneira de usufruir de um jornal diário: a assinatura
online. Por enquanto, esta está disponível
gratuitamente por um período de 30 dias e, após esse
período, o assinante passa a desembolsar R$ 43,90 por
mês para ter acesso ao conteúdo online (em oposição
aos R$ 66 mensais relativos ao preço de banca).
A novidade é amplamente divulgada na home page do
jornal, com uma introdução ao conceito da Edição
Digital, um tutorial em flash explicando
detalhadamente a navegação, uma boa seção “ajuda” e um
aviso aos assinantes da edição impressa, que têm
direito a uma “senha CORTESIA” (assim mesmo, em
maiúsculas) para acessar a versão online.
O conteúdo é exatamente o mesmo da edição de bancas,
acrescentado da seção “Extra Online”, que traz álbuns
de fotos não-publicadas, entrevistas na íntegra e
outros recursos exclusivos. Outro diferencial são os
sistemas de arquivo e busca. O primeiro armazena para
consulta integral as últimas 30 edições online, e o
segunda permite uma busca detalhada nas mesmas, mas
ainda está em fase de implantação. O sistema de busca
do portal Estadão, porém, abrange o conteúdo do jornal
desde 1995, o que só fica claro após uma leitura da
seção de ajuda.
Navegação e interatividade
A navegação é claramente o ponto mais forte da Edição
Digital do jornal, e provavelmente o aspecto
desenvolvido com maior cuidado na criação do site, à
medida em que oferece uma interface simples e
visualmente agradável, mas ao mesmo tempo bastante
completa, integrando a versão de papel com a online de
uma maneira bastante satisfatória.
A navegação principal se dá através de uma barra de
links vertical do lado esquerdo da tela, pelo qual o
usuário pode acessar cada caderno do jornal e suas
respectivas seções. Após clicar em um dos cadernos, a
versão escaneada da primeira página do mesmo aparece,
e ao lado uma lista de manchetes daquela página. Cada
notícia da página escaneada é clicável e pode ser
aberta na área antes reservada às manchetes, para uma
leitura mais cômoda.
Essa área à direita da imagem também pode ser usada
para exibir uma lista completa das manchetes daquela
edição, bem como para filtrar o que há de interesse
entre os textos de cada caderno, recursos que num
primeiro contato podem parecer um pouco confusos e
difíceis de acessar, mas que se mostram bastante
úteis.
Outros recursos incluem o acesso direto a qualquer
página do jornal através de menus do tipo “caixa de
listagem”, bem como o de “virar” as páginas através de
setas, aumentar ou diminuir a fonte de cada notícia e
visualizar a edição em páginas duplas, como na versão
impressa. Como se não fosse o suficiente, é possível
abrir cada uma das páginas em formato PDF e salvá-las
no computador.
A navegação da página de conteúdo extra, em
contrapartida, é bastante diferenciada: a seção
funciona como uma espécie de primeira página dinâmica,
trazendo hiperlinks para as principais matérias e
colunas, além de números, trívia e outras pequenas
seções clicáveis bem interessantes e informais.
Alguns pontos negativos são a lentidão do site numa
conexão discada (uma conexão banda-larga é altamente
recomendável) e problemas de compatibilidade – a seção
Extra Online, por exemplo, não funcionou na versão do
Netscape usada para teste (7.2), mas pôde ser aberta
normalmente no Internet Explorer. O site não se
comporta muito bem numa resolução de 800x600, sendo
recomendável o uso da definição 1200x768 (e, mesmo
assim, com o navegador ajustado para tela-cheia).
A interatividade é outro aspecto fraco: as maneiras de
o leitor participar e opinar sobre o conteúdo não
aproveitaram a mudança de formato e mantêm-se, por
enquanto, idênticas às da versão impressa: mande um
e-mail, escreva uma carta. Não há uma versão online em
tempo real do “fórum dos leitores”, por exemplo, ou
algo como um “blog do ombudsman”, alguns exemplos de
formatos interativos que poderiam ser atraentes tanto
para o público que já assina o jornal como para o que
o Estado pretende atrair com a inauguração da Edição
Digital.
Monday, April 11, 2005
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