Monday, December 29, 2008

Estranhos votos de final de ano


No blog da comentarista de política Lucia Hippólito:


"Um Feliz Natal! Quem é de comemorar, comemore. Quem não é cristão, aproveite o feriado. O que a gente quer, no fundo, é beijar na boca e ser feliz. Um Feliz Natal a todas e todos. De coração."


Vai encarar?

O Judiciário não é mais o mesmo...

Programa "É notícia", domingo, 28/12, Rede Tv! 
Kennedy Alencar entrevistou o juiz federal Fausto de Sanctis, que condenou o banqueiro Daniel Dantas a mais de dez anos de prisão.

Alencar: - O sr. foi ao show da Madonna? Como é que foi, gostou?

Sanctis: - É bom que se diga que eu não fui em nenhum camarote. Paguei, fui de pista e até tirei foto com um pessoal que me reconheceu.

Alencar: E sr. gosta da Madonna?

Sanctis: - Gosto, gosto muito do trabalho dela, do Michael Jackson e da Britney Spears...

Saturday, December 27, 2008

A profissionalização da pirataria

Semanalmente nos chega a notícia de que a polícia brasileira se desdobra para acabar com o mercado da pirataria. Nessa manhã decidi ouvir um cd que há tempos comprei na Rua 25 de Março. É a discografia completa do Coldplay, que na época me custou incríveis cinco reais. Ao abrir o disco, eis que pula na tela do computador a seguinte mensagem: 

"KUESTY MP3
 Parabéns você acaba de adquirir um disco de MP3 de excelente qualidade todos as musicas foram arquivadas em pastas e organizadas conforme gravadas pelos respectivos cantores e testadas e tambem com IDE3 Tag totalmente preenchidos  ( Otimo para quem tem DVD ou qualquer aparelho que reproduza MP3 ) tento inclusive a maioria as capas e contra capas Originais dos de cada album para total qualidade .
  
Hoje ja ultrapassamos a marca de 500 Discografias ou seja 500 Bandas ou Artistas com a Discografia completa  para sua escolha ok , caso queira receber a lista completa entre em contato atraves dos e-mails abaixo blz...

PARA ENTRAR EM CONTATO:  
E-mail:   Emporio-k@Ig.Com.Br / Kuestymp3@Yahoo.Com.Br
Messenger :   Kuestymp3@Hotmail.com "

Vender cd na rua é coisa do passado. A profissionalização da pirataria dá a sensação de que o dinheiro público vai para o ralo. É preciso pensar em formas mais populares de sobrevivência da indústria cultural. Marx pode pular do caixão ao ler essas linhas, mas acho que essa é a face mais próxima do socialismo que o Brasil chegou! (risos)

Natal

O Amor refulge em ponto sempre mais alto, na trilha das horas e Jesus nos reaparece a pedir que nos amemos, a começar daqueles que nos rodeiam. Não te detenhas.

Reparte não apenas a mesa farta que te emoldura o júbilo festivo mas oferece igualmente a ternura que se extravasa de teus sentimentos. Se alguém te feriu perdoa... E se feriste a alguém cobre o teu gesto impensado com a luz da humildade que te fará recuperar o apreço de teus irmãos.

Divide o que te sobre, ante as necessidades do corpo, no entanto, esparze a compreensão além dos limites de tua própria conveniência, e quanto se te faça possível, estende auxílio e coragem aos companheiros caídos nas sombras da perturbação ou da culpa.


Natal é Jesus volvendo a nós, batendo à porta de nossa alma a fim de que volvamos também a Ele. Descerremos o coração para que Jesus nasça na palha singela da nossa esperança de paz e de renovação. E enquanto a vida imortal brilha sobre nós, à feição da estrela divina, dentro da noite inesquecível seja cada um de nós de uns para os outros, no Natal e em todos os dias, a presença do amor e o amparo da bênção.

Chico Xavier

Friday, December 26, 2008

Coisas bizarras que vi em 2008

Bom, findo mais um ano, momento de fazer um apanhado geral sobre 2008. Certamente esse foi um período de acontecimentos muito bizarros. Aliás, a própria criação deste blog é uma piada, muito da sem graça, aliás. 

De qualquer forma, estou aqui para confundir, não para explicar, já diria o velho Chacrinha, que alguns insistem em chamar de gênio, mas que não passava de um velhote maluco mesmo.

Entre as coisas mais bizarras que vi, li e ouvi em 2008 estão:

- A barba nova do amigo Fernando Vives, algo além do bizarro;
- O surgimento do "axé católico" e do "sertanejo universitário";
- O comentário de Caetano Veloso sobre o "Sifu" do presidente Lula;
- A contratação do Ronaldo pelo Corinthians;
- O escândalo do mesmo Ronaldo com os travestis e a comparação do amigo Caio Quero, que insiste em chamar os travecos de "super-mulheres";
- O livro do Nelson Motta sobre o Tim Maia;
- O constrangedor mico do show de Roberto Carlos e Caetano, que virou cd em homenagem aos 50 da Bossa Nova;
- O igualmente mico do show de 50 anos da Bossa Nova no Parque do Ibirapuera;
- O Marcelo Camelo, 33 anos, comendo uma menina cantora de apenas 16 anos;
- A exposição da Rádio Eldorado sobre os mesmo 50 da Bossa;
- O Lula se comparando ao "Dom Quixote" do otimismo;
- A plástica da Dilma Rousseff, que quer ficar parecendo a Rita Camata, mas que não passa de um Heráclito Fortes de saias;
- O abraço do Mino Carta no presidente "Ursinho Carinhoso" Lula;
- Os comentários do ministro Gilmar Mendes, o jumento do STF;
- Os erros de português desse blog, que são dignos de piedade!;
- As estripulias da dupla Sarah Pallin e John McCain;
- O Berlusca e sua morena e malemolente contribuição para o movimento "Obamania";
- Mais uma tentativa do amigo Leandro Beguocci de criar o "Serrismo Cristão";
- A campanha eleitoral do Geraldo Alckmin (que eu participei, assumo publicamente!);
- A falácia do "Wii Fitness" e suas promessas de emagrecimento virtual;
- E, por fim, o tamanho da minha barriga, que cresceu mais que a popularidade do presidente em 2008.

Monday, December 22, 2008

Chico Mendes: um mártir brasileiro

Nesta segunda-feira completou 20 anos do assassinato do seringueiro Chico Mendes. Justamente no ano em que Darly Alves da Silva, o mandante do crime, foi libertado e passou a cumprir o restante da pena em liberdade. 

A "Folha de São Paulo" trouxe hoje uma matéria super bacana de Matheus Pichonelli e João Carlos Magalhães, sobre a vida de uma das filhas de Chico Mendes que toca uma ONG de preservação da reserva que leva o nome do pai.  Para endossar o coro, o "The Guardian" britânico trouxe uma matéria em que chama o líder seringueiro de "Che Guevara da era ambiental". 

Chico Mendes é um dos poucos mártires do Brasil. Infelizmente sua morte não serviu de exemplo para o fim dos conflitos entre ambientalistas e fazendeiros nas áreas de proteção ambiental do país. Tivemos Dorothy Stang e, segundo o "The Guardian" e a "Pastoral da Terra", outras 260 pessoas estão sob ameaça de morte semelhante nessas áreas. 

O grupo mexicano "Maná" fez uma música em homenagem a Chico Mendes. A canção se chama "Cuando los angeles lloran" (Quando os anjos choram). Embora tenha um erro histórico de aleijar, quando fala que "a polícia e o presidente Collor" sabiam das ameaças ao seringueiro (o presidente na época era o Sarney), a música é bem legal e mostra a repercussão da luta de Chico Mendes, que não é estudado nas escolas brasileiras.  

Além do choro, tem uma música que o Paul McCartney fez em homenagem ao seringueiro, lá pelos idos de 1989. Só gostaria de ter a certeza que em 2009 não choraremos novos anjos, entre tantos Chicos de codinome Mendes. 

Ah, tem o link da matéria na Folha: 
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2212200812.htm

E de um comentário da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no mesmo jornal:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2212200806.htm

Maná - "Cuando los ángeles lloran"

Paul McCartney - "How many people"

Wednesday, December 17, 2008

Crise em debate

A coisa que mais me diverte nesses tempos, digamos, estranhos, são os debates entre economistas sobre o futuro diante da crise financeira. Alguns programas de tv e rádio juntam celebridades do mercado e da academia para promover discussões impagáveis sobre o futuro do Brasil e do mundo. Quando se trata de fazer projeções para 2009 ainda melhor. É um festival de chutômetro sensacional. 

Sabe, essas mesas parecem com outras as mesas, justamente aquelas que se multiplicam na tv aos domingos. Cinco economistas juntos, hoje em dia, equivalem ao programa do Milton Neves. Junte-se a eles um cientista político e um jornalista de economia e a merda tá feita! Os dois personagens equivalem ao especialista em arbitragem e ao repórter que esteve no treino da manhã.  Eles ficam horas debatendo o sexo dos anjos. Termos como "pode ser que", "acho", "talvez sim, talvez não", "se o Meirelles y ou x" são usados aos montes. 

Vez por outra, inventam de talhar alguns termos, achando que são o Armando Nogueira dos números. Hoje ouvi de um deles um tal de "New Deal Black", ao falar da "esperança Obama" e compará-lo a Roosevelt. As bolhas se multiplicam aos borbotões, começando pelo "subprime", que já ganhou várias versões brasileiras, até os camelôs, que nada tem a ver com a história, mas são convocados para as discussões como exemplos de informalidade que prejudicará as contas públicas. É como se tivessem falando da Democracia Corinthiana ou da parceria Palmeiras Parmalat. 

Claro que ninguém exige que os caras sejam videntes, o que enquadraria as projeções em profecias. De qualquer forma, esses pilantras são os mesmos que administram nosso dinheiro, bancos, empregos, fundos de investimentos, empresas, etc. Espera-se que eles tenham o mínimo de certeza para que tenhamos um norte.  Mas sabem tanto quanto a dona-de-casa do Grajaú. Tomo aqui a liberdade de cunhar alguns apelidos para, principalmente, os amigos jornalistas:

Miriam Leitão, a Marília Ruiz do futebol de números.
Ela pensa que é gostosa, pensa que dá "furo", pensa que é influente. Ambas são feias, dizem o óbvio pra lá de ululante, não podem ver um jogador de futebol ou ministro que já elevam a adrenalina. Pensam que a crônica esportivo-econômica não seria nada sem ou antes delas. Pensam que pautam a imprensa, mas na prática só arrumam umas discussões tolas e desnecessárias com um integrante do governo ou técnico idiota e mal assessorado, como Emerson Leão. 

Gustavo Franco, economista e ex-presidente do BC - É o Caio Júnior do mercado. 
Dizem que é brilhante, dizem que é intelectual. Já dirigiu o BC ou o Flamengo, mas em ambos só fizeram merda na última passagem. 

Joelmir Betting, o Armando Nogueira dos números.
Ambos brilhantes. Mas o primeiro esqueceram de enterrar e o segundo não fazia merchan de bancos...

Luiz Carlos Bresser Pereira, o Joel Santana da teoria econômica. 
Dirigiu o Flamengo, o Fluminense e o Vasco. O que esperar de alguém que era ministro do Sarney e tem esses clubes no histórico?

Carlos Alberto Sardemberg, o  Chico Lang dos debates.
O negócio dele é o "Curintia" e os juros. Sabe polemizar apenas nesses dois pontos. 

Luiz Gonzaga Belluzo, o Antonio Lopes dos juros. 
Gente de esquerda! Boa traJetória. Mas ninguém lembra das façanhas no Corinthians, só as merdas que fez no Vasco e no Ministério da Fazenda do governo Sarney. 

Suely Caldas, do Estadão, a João Havelange de saias.
Alguém pode enterrar essas múmias, por gentileza?!

Delfim Netto, o Nabi Abi Chedid das finanças. 
A anta do Abi Chedid não se comparava ao brilhantismo do professor Delfim. Apesar de tirar só nota dez na FEA, foi amigo da Ditadura e apóia quem estiver na crista da onda. É desse jeito que Chedid se perpetuou na seleção e Delfim amigo dos "homi", sejam fardados ou engravatados. Frase preferida: "Esse negócio de fazer o bolo crescer e repartir é coisa de time comunista!".

Clóvis Rossi, o Juca Kfouri da crônica política-econômica. 
Pertencente à velha guarda do Jornalismo, é do tipo de profissional que já não se fabrica mais. Ranzinza, chato, tem opiniões deveras atrasadas e sempre evoca o bastião da objetividade jornalística quando são contestados com provas veementes. Faço questão de ler os dois todos os dias, mas sempre com aquela vontade de, invariavelmente, soltar um sonoro palavrão. Para eles, Antonio Palocci está para Ricardo Teixeira, assim como a "CPI da Nike" está para o "Escândalo do caseiro", e vice-versa. É indispensável ler, mas impossível não se aborrecer.

Francisco Lopes, ex-presidente do Banco Central, o Nelsinho Batista das crises.
Foi contratado para tirar o país e o Corinthians do sufoco. Inventou uma tal de "banda diagonal endógena", que até hoje ninguém entendeu. Não durou nem um mês no cargo, mas foi tempo suficiente para o dólar ir lá em cima e o Corinthians lá pra baixo. 

Gustavo Loyola, ex-titular do BC, o próprio Eurico Miranda.
A crise do Vasco tem nome e a crise cambial do Brasil sobrenome.  Plantaram o que colheram!

Rubens Ricupero, a encarnação do técnico Cuca.
A antena parabólica foi a salvação do Ministério da Fazenda. A tecnologia ainda ajudou na hora da demissão. Ambos demitidos por telefone! 

Celso Ming, o Valdir Espinosa da crônica.
Alguém lembra que o Valdir Espinosa é técnico ou escreve em jornais?

Armínio Fraga, o Muricy Ramalho. 
É bom no que faz, mas só durou tanto tempo no cargo porque é amigo de gente graúda, como Soros. Devia se aposentar antes que ainda sobre tempo pra faturar algum escrevendo livros de "liderança e sucesso". 

Pedro Malan, o estrategista Luxemburgo.
Vende a alma pro diabo e comia as manicures do Planalto, arrotando de bom profissional. O negócio dele agora é ser cartola do mundo financeiro, essa coisa de técnico é coisa de Meirelles! 

Henrique Cecília Meirelles e Guido Mantega, a própria dupla Zagallo e Parreira.
Para eles a melhor defesa é a defesa mesmo! É a economia de resultados e os juros altos a qualquer custo. Time que ganha é o que defende mais das bolas! Resta saber quem é o ativo e o passivo...

Essa é a casta de gente que anda comentando a crise. Faltou uma porrada deles, já que até o Ronaldo Fenômeno acha que tem algum coisa para falar sobre o mundo financeiro. Esse que voz fala e escreve, por exemplo, poderia ser enquadrado na condição de "leitor-corneteiro". Mas o futebol, tal qual a economia, é uma caixinha de bobagens! 

Aproveito para um vídeo de reflexão sobre debates:


Tuesday, December 16, 2008

O olhar do próximo

No último dia da aula de inglês poucas pessoas apareceram. Éramos apenas cinco em sala de aula e trocamos os dizeres gringos por fatos cotidianos das nossas vidas, ditos no português mais claro possível. Dividindo a sala de aula todas as terças e quintas-feiras, pouco conhecemos sobre as pessoas que esboçam as primeiras palavras em língua estrangeira ao nosso lado.

Nesse dia parece que todos precisavam soltar os adjetivos engasgados na garganta durante o ano. As pessoas soltaram o verbo e foi uma experiência que se aproximou de uma terapia grupal ou de um encontro dos Alcoólatras  Anônimos. Uma das moças era psicóloga e disse uma frase típica de sessões de terapia: "a gente pode passar a vida inteira em função do olhar do próximo, sem viver a nossa própria vida". Em qualquer outro dia acharia que era mais uma das frases prontas dos inúmeros consultórios da cidade. Mas naquela quinta-feira a frase ecoou, pois vinha de uma mulher que lamentava sinceramente os próprios problemas familiares. Tipo terapia da psicóloga, saca?

Agora, passadas mais de seis horas da manhã sem o sono dar as caras, cheguei a duas conclusões: acho que em 2008 envelheci uns trinta anos em função desse olhar terceirizado.  Quando se convive em círculos intelectuais, projetamos um personagem ideal e passamos a encená-lo involuntariamente. Alguns passam a vida sustentando-o, outros desistem da farsa no meio do caminho, enquanto outros tantos são simplesmente descobertos e taxados de "duas caras" ou "farsante", o que não deixa de ser verdade. 

Mas o algoz também figura como coro da ópera bufa, justamente ocupando o posto de acusador. Ele usa uma máscara preta, que lhe encobre o rosto, enquanto ajusta a corda da forca e dá o sinal da execução. 

A segunda conclusão é a de que nunca mais gasto um tostão em psicólogos. Se eles não conseguem resolver os próprios problemas, como irão nos ajudar com os nossos?

Monday, December 15, 2008

Legendas


"Ele usa Vulcabras e não tem chulé", diz irmã do jornalista que jogou sapato no presidente Bush.

O poder da propaganda


Olha, não sei a opinião dos endividados leitores, mas enquanto os jornais e revistas gastam caminhões de papel para falar sobre os efeitos da crise, há quem acredite que ela realmente não exista. Pelo menos dois brasileiros compartilham essa opinião: Arnaldo José da Silva, autor do outdoor acima, e Luiz Inácio Lula da Silva, por acaso nosso presidente. A dúvida é: em quem acreditar de fato?!

Friday, December 12, 2008

Recordações


Viajar é melhor coisa que alguém pode fazer para a própria existência. É de fato uma renovação espiritual. No início do ano fui para Porto Seguro e, ao invés de ficar no circuito "férias de formatura", curtindo as praias badaladas, passei os dias nas areias de Arraial D'Ajuda. Sorte minha. Visitei praias belíssimas. 

Como ainda não tenho uma máquina fotográfica, resta-me registrar essas viagens com o celular mesmo. Só que, para quem não sabe, sou o ser mais tapado do universo. Alguns podem perceber isso pelos erros de português, que por essas bandas existem aos borbotões. Já os colegas que fiz no Arraial perceberam minha deficiência quando me viram correndo atrás da mala que fora tragada pelas águas de Caraíva.  A cena foi meio pastelão. As ondas molharam todas as minhas coisas, incluindo cartão do bando e celular. Com isso, todas as lembranças da viagem para a Bahia tinham sido danificadas. 

Mas essa semana consegui resgatar algumas fotos, justamente as que tinham ficado no chip do celular. Na verdade só me importava com uma dessas fotos apenas. Era justamente a mais bela, que resumia toda a viagem. Foi tirada numa praia semi-deserta. Apenas um casal compartilhava as areias naquele momento comigo. Foram algumas horas de sintonia total com a natureza. 

Esses momentos resultaram na foto acima. Não parece, mas foi eu mesmo quem tirou e, acreditem, de um celular. Mais fotos no "Flickr": http://www.flickr.com/photos/27306709@N08/

Thursday, December 04, 2008

Dom Inácio Quixote De La Mancha

Lula se comparou nesta quinta-feira, 04, ao lendário personagem de Miguel de Cervantes, Dom Quixote De La Mancha. Tal qual o cavaleiro, Lula se sente "solitário, pregando o otimismo". Mas, se Lula é Dom Quixote, quem é o seu escudeiro Sancho Pança?

A - Dilma Rousseff
B - Sérgio Cabral
C - Tarso Genro
D - Rafael Correa

Tuesday, December 02, 2008

Veterano

Nunca pensei que usaria a palavra tão cedo. Mas diante dos fatos, eis que ela veio no domingo. Depois de um quarto de século de idade, vinte anos ininterruptos de bancos escolares, resolvi voltar para o início: o Vestibular. Mas essa ainda não é palavra...

Diante da sala lotada de vestibulandos, rememorei os tempos de cursinho. Olhando pro lado, uma molecada que mal tinha completado 17 anos. Foi aí que ela veio. A palavra. Velho, essa sim.

Ufa! A sensação de ser um "titio", num lugar com trezentas cabeças me deu calafrios e quase levantei antes do início da prova. Seria até melhor, pois o meu despreparo me angustiou quase quanto a palavra. Foi o dia de lembrar. Lembrar do conteúdo, lembrar que nada daquilo importa de verdade. Lembranças, essas coisas que a gente tira da memória, são boas vez por outra.

Vez por outra é bom lembrar também que " o ESSENCIAL é invisível aos olhos". Ser um veterano no meio de novatos pode ser bom. Pode ser bom também mudar a vida de jornalista, que não me parece tão promissora. A palavra "velho" me veio de novo. Dessa vez pra dizer, "antes tarde do que nunca..."

Ouro de tolo

Voltar do trabalho é sempre um barato. Depois de um dia inteiro na labuta, o ato de dirigir-se à residência é sagrado, quase celestial... Na última sexta-feira, como todos os outros dias, coloquei o fone de ouvido e rumei em direção à Pinheiros. Com trilha sonora, tudo fica ainda mais prazeroso, divertido. De Barueri até a civilização real, contei com a carona de um colega. Nos fones, MPB, Samba, Chico Buarque, Zeca Baleiro, Tom Jobim - mas na voz de Gal Costa.

A carona me despejou nas proximidades da Barra Funda. Até em casa, bastavam mais poucos minutos de ônibus. Caminhando, ia até o viaduto Pacaembú, onde subiria no "cata louco", que finalmente me levaria até o sagrado lar... Mas no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma arma no meio do caminho. Uma não, duas. Ou melhor, quatro.

A música que tocava era "Bastidores", do Chico... "Chorei, chorei... até ficar com dó de mim...". Antes que Francisco Buarque pudesse terminar a frase, fui surpreendido na Rua do Bosque por quatro assaltantes, dois deles armados. Foi assim, quase como um tiro. Rápido, indolor. Quando percebi, lá estavam eles. Ao meu redor, exigindo tudo.

O que pensar nessa hora? Nada! Não dá tempo... Em menos de um minuto já estava sem pertences, memória, dignidade. Restava o choque, o medo, a desolação. A dor do cano da arma ainda me dói na nuca. O cano frio foi o máximo da sensação de morte que me aproximei.

Entrei na Record, antiga labuta, tomei uma água e peguei um táxi. Chegando em casa "Chorei, Chorei... até ficar com dó de mim". Não porque me levaram uma mochila, um celular e duas revistas semanais. As lágrimas eram pelas conquistas quase perdidas, os sonhos quase acabados, as reclamações desnecessárias. No futebol e na vida, o "se" ou "quase" são "se" e "quase". Na vida, servem para poluir nossa mente de pensamentos ruins. Se o bando descobrisse que na mochila cobiçada tinha apenas um punhado de letras, certamente o fim seria outro. Pensei na minha mãe e namorada, deitadas sob um caixão, derramando lágrimas de dor por um gesto desnecessários que tivesse feito.

Felizmente nada aconteceu. Estou aqui, vivo. Vários pensamentos passaram pela minha cabeça desde então. Serviram pra me bagunçar ainda mais a vida. Foi a primeira vez que tive realmente a noção da efemeridade de existir. Se houvesse tempo, a próxima música do fone seria Raul Seixas, "Ouro de tolo".