Monday, December 29, 2008

Estranhos votos de final de ano


No blog da comentarista de política Lucia Hippólito:


"Um Feliz Natal! Quem é de comemorar, comemore. Quem não é cristão, aproveite o feriado. O que a gente quer, no fundo, é beijar na boca e ser feliz. Um Feliz Natal a todas e todos. De coração."


Vai encarar?

O Judiciário não é mais o mesmo...

Programa "É notícia", domingo, 28/12, Rede Tv! 
Kennedy Alencar entrevistou o juiz federal Fausto de Sanctis, que condenou o banqueiro Daniel Dantas a mais de dez anos de prisão.

Alencar: - O sr. foi ao show da Madonna? Como é que foi, gostou?

Sanctis: - É bom que se diga que eu não fui em nenhum camarote. Paguei, fui de pista e até tirei foto com um pessoal que me reconheceu.

Alencar: E sr. gosta da Madonna?

Sanctis: - Gosto, gosto muito do trabalho dela, do Michael Jackson e da Britney Spears...

Saturday, December 27, 2008

A profissionalização da pirataria

Semanalmente nos chega a notícia de que a polícia brasileira se desdobra para acabar com o mercado da pirataria. Nessa manhã decidi ouvir um cd que há tempos comprei na Rua 25 de Março. É a discografia completa do Coldplay, que na época me custou incríveis cinco reais. Ao abrir o disco, eis que pula na tela do computador a seguinte mensagem: 

"KUESTY MP3
 Parabéns você acaba de adquirir um disco de MP3 de excelente qualidade todos as musicas foram arquivadas em pastas e organizadas conforme gravadas pelos respectivos cantores e testadas e tambem com IDE3 Tag totalmente preenchidos  ( Otimo para quem tem DVD ou qualquer aparelho que reproduza MP3 ) tento inclusive a maioria as capas e contra capas Originais dos de cada album para total qualidade .
  
Hoje ja ultrapassamos a marca de 500 Discografias ou seja 500 Bandas ou Artistas com a Discografia completa  para sua escolha ok , caso queira receber a lista completa entre em contato atraves dos e-mails abaixo blz...

PARA ENTRAR EM CONTATO:  
E-mail:   Emporio-k@Ig.Com.Br / Kuestymp3@Yahoo.Com.Br
Messenger :   Kuestymp3@Hotmail.com "

Vender cd na rua é coisa do passado. A profissionalização da pirataria dá a sensação de que o dinheiro público vai para o ralo. É preciso pensar em formas mais populares de sobrevivência da indústria cultural. Marx pode pular do caixão ao ler essas linhas, mas acho que essa é a face mais próxima do socialismo que o Brasil chegou! (risos)

Natal

O Amor refulge em ponto sempre mais alto, na trilha das horas e Jesus nos reaparece a pedir que nos amemos, a começar daqueles que nos rodeiam. Não te detenhas.

Reparte não apenas a mesa farta que te emoldura o júbilo festivo mas oferece igualmente a ternura que se extravasa de teus sentimentos. Se alguém te feriu perdoa... E se feriste a alguém cobre o teu gesto impensado com a luz da humildade que te fará recuperar o apreço de teus irmãos.

Divide o que te sobre, ante as necessidades do corpo, no entanto, esparze a compreensão além dos limites de tua própria conveniência, e quanto se te faça possível, estende auxílio e coragem aos companheiros caídos nas sombras da perturbação ou da culpa.


Natal é Jesus volvendo a nós, batendo à porta de nossa alma a fim de que volvamos também a Ele. Descerremos o coração para que Jesus nasça na palha singela da nossa esperança de paz e de renovação. E enquanto a vida imortal brilha sobre nós, à feição da estrela divina, dentro da noite inesquecível seja cada um de nós de uns para os outros, no Natal e em todos os dias, a presença do amor e o amparo da bênção.

Chico Xavier

Friday, December 26, 2008

Coisas bizarras que vi em 2008

Bom, findo mais um ano, momento de fazer um apanhado geral sobre 2008. Certamente esse foi um período de acontecimentos muito bizarros. Aliás, a própria criação deste blog é uma piada, muito da sem graça, aliás. 

De qualquer forma, estou aqui para confundir, não para explicar, já diria o velho Chacrinha, que alguns insistem em chamar de gênio, mas que não passava de um velhote maluco mesmo.

Entre as coisas mais bizarras que vi, li e ouvi em 2008 estão:

- A barba nova do amigo Fernando Vives, algo além do bizarro;
- O surgimento do "axé católico" e do "sertanejo universitário";
- O comentário de Caetano Veloso sobre o "Sifu" do presidente Lula;
- A contratação do Ronaldo pelo Corinthians;
- O escândalo do mesmo Ronaldo com os travestis e a comparação do amigo Caio Quero, que insiste em chamar os travecos de "super-mulheres";
- O livro do Nelson Motta sobre o Tim Maia;
- O constrangedor mico do show de Roberto Carlos e Caetano, que virou cd em homenagem aos 50 da Bossa Nova;
- O igualmente mico do show de 50 anos da Bossa Nova no Parque do Ibirapuera;
- O Marcelo Camelo, 33 anos, comendo uma menina cantora de apenas 16 anos;
- A exposição da Rádio Eldorado sobre os mesmo 50 da Bossa;
- O Lula se comparando ao "Dom Quixote" do otimismo;
- A plástica da Dilma Rousseff, que quer ficar parecendo a Rita Camata, mas que não passa de um Heráclito Fortes de saias;
- O abraço do Mino Carta no presidente "Ursinho Carinhoso" Lula;
- Os comentários do ministro Gilmar Mendes, o jumento do STF;
- Os erros de português desse blog, que são dignos de piedade!;
- As estripulias da dupla Sarah Pallin e John McCain;
- O Berlusca e sua morena e malemolente contribuição para o movimento "Obamania";
- Mais uma tentativa do amigo Leandro Beguocci de criar o "Serrismo Cristão";
- A campanha eleitoral do Geraldo Alckmin (que eu participei, assumo publicamente!);
- A falácia do "Wii Fitness" e suas promessas de emagrecimento virtual;
- E, por fim, o tamanho da minha barriga, que cresceu mais que a popularidade do presidente em 2008.

Monday, December 22, 2008

Chico Mendes: um mártir brasileiro

Nesta segunda-feira completou 20 anos do assassinato do seringueiro Chico Mendes. Justamente no ano em que Darly Alves da Silva, o mandante do crime, foi libertado e passou a cumprir o restante da pena em liberdade. 

A "Folha de São Paulo" trouxe hoje uma matéria super bacana de Matheus Pichonelli e João Carlos Magalhães, sobre a vida de uma das filhas de Chico Mendes que toca uma ONG de preservação da reserva que leva o nome do pai.  Para endossar o coro, o "The Guardian" britânico trouxe uma matéria em que chama o líder seringueiro de "Che Guevara da era ambiental". 

Chico Mendes é um dos poucos mártires do Brasil. Infelizmente sua morte não serviu de exemplo para o fim dos conflitos entre ambientalistas e fazendeiros nas áreas de proteção ambiental do país. Tivemos Dorothy Stang e, segundo o "The Guardian" e a "Pastoral da Terra", outras 260 pessoas estão sob ameaça de morte semelhante nessas áreas. 

O grupo mexicano "Maná" fez uma música em homenagem a Chico Mendes. A canção se chama "Cuando los angeles lloran" (Quando os anjos choram). Embora tenha um erro histórico de aleijar, quando fala que "a polícia e o presidente Collor" sabiam das ameaças ao seringueiro (o presidente na época era o Sarney), a música é bem legal e mostra a repercussão da luta de Chico Mendes, que não é estudado nas escolas brasileiras.  

Além do choro, tem uma música que o Paul McCartney fez em homenagem ao seringueiro, lá pelos idos de 1989. Só gostaria de ter a certeza que em 2009 não choraremos novos anjos, entre tantos Chicos de codinome Mendes. 

Ah, tem o link da matéria na Folha: 
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2212200812.htm

E de um comentário da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no mesmo jornal:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2212200806.htm

Maná - "Cuando los ángeles lloran"

Paul McCartney - "How many people"

Wednesday, December 17, 2008

Crise em debate

A coisa que mais me diverte nesses tempos, digamos, estranhos, são os debates entre economistas sobre o futuro diante da crise financeira. Alguns programas de tv e rádio juntam celebridades do mercado e da academia para promover discussões impagáveis sobre o futuro do Brasil e do mundo. Quando se trata de fazer projeções para 2009 ainda melhor. É um festival de chutômetro sensacional. 

Sabe, essas mesas parecem com outras as mesas, justamente aquelas que se multiplicam na tv aos domingos. Cinco economistas juntos, hoje em dia, equivalem ao programa do Milton Neves. Junte-se a eles um cientista político e um jornalista de economia e a merda tá feita! Os dois personagens equivalem ao especialista em arbitragem e ao repórter que esteve no treino da manhã.  Eles ficam horas debatendo o sexo dos anjos. Termos como "pode ser que", "acho", "talvez sim, talvez não", "se o Meirelles y ou x" são usados aos montes. 

Vez por outra, inventam de talhar alguns termos, achando que são o Armando Nogueira dos números. Hoje ouvi de um deles um tal de "New Deal Black", ao falar da "esperança Obama" e compará-lo a Roosevelt. As bolhas se multiplicam aos borbotões, começando pelo "subprime", que já ganhou várias versões brasileiras, até os camelôs, que nada tem a ver com a história, mas são convocados para as discussões como exemplos de informalidade que prejudicará as contas públicas. É como se tivessem falando da Democracia Corinthiana ou da parceria Palmeiras Parmalat. 

Claro que ninguém exige que os caras sejam videntes, o que enquadraria as projeções em profecias. De qualquer forma, esses pilantras são os mesmos que administram nosso dinheiro, bancos, empregos, fundos de investimentos, empresas, etc. Espera-se que eles tenham o mínimo de certeza para que tenhamos um norte.  Mas sabem tanto quanto a dona-de-casa do Grajaú. Tomo aqui a liberdade de cunhar alguns apelidos para, principalmente, os amigos jornalistas:

Miriam Leitão, a Marília Ruiz do futebol de números.
Ela pensa que é gostosa, pensa que dá "furo", pensa que é influente. Ambas são feias, dizem o óbvio pra lá de ululante, não podem ver um jogador de futebol ou ministro que já elevam a adrenalina. Pensam que a crônica esportivo-econômica não seria nada sem ou antes delas. Pensam que pautam a imprensa, mas na prática só arrumam umas discussões tolas e desnecessárias com um integrante do governo ou técnico idiota e mal assessorado, como Emerson Leão. 

Gustavo Franco, economista e ex-presidente do BC - É o Caio Júnior do mercado. 
Dizem que é brilhante, dizem que é intelectual. Já dirigiu o BC ou o Flamengo, mas em ambos só fizeram merda na última passagem. 

Joelmir Betting, o Armando Nogueira dos números.
Ambos brilhantes. Mas o primeiro esqueceram de enterrar e o segundo não fazia merchan de bancos...

Luiz Carlos Bresser Pereira, o Joel Santana da teoria econômica. 
Dirigiu o Flamengo, o Fluminense e o Vasco. O que esperar de alguém que era ministro do Sarney e tem esses clubes no histórico?

Carlos Alberto Sardemberg, o  Chico Lang dos debates.
O negócio dele é o "Curintia" e os juros. Sabe polemizar apenas nesses dois pontos. 

Luiz Gonzaga Belluzo, o Antonio Lopes dos juros. 
Gente de esquerda! Boa traJetória. Mas ninguém lembra das façanhas no Corinthians, só as merdas que fez no Vasco e no Ministério da Fazenda do governo Sarney. 

Suely Caldas, do Estadão, a João Havelange de saias.
Alguém pode enterrar essas múmias, por gentileza?!

Delfim Netto, o Nabi Abi Chedid das finanças. 
A anta do Abi Chedid não se comparava ao brilhantismo do professor Delfim. Apesar de tirar só nota dez na FEA, foi amigo da Ditadura e apóia quem estiver na crista da onda. É desse jeito que Chedid se perpetuou na seleção e Delfim amigo dos "homi", sejam fardados ou engravatados. Frase preferida: "Esse negócio de fazer o bolo crescer e repartir é coisa de time comunista!".

Clóvis Rossi, o Juca Kfouri da crônica política-econômica. 
Pertencente à velha guarda do Jornalismo, é do tipo de profissional que já não se fabrica mais. Ranzinza, chato, tem opiniões deveras atrasadas e sempre evoca o bastião da objetividade jornalística quando são contestados com provas veementes. Faço questão de ler os dois todos os dias, mas sempre com aquela vontade de, invariavelmente, soltar um sonoro palavrão. Para eles, Antonio Palocci está para Ricardo Teixeira, assim como a "CPI da Nike" está para o "Escândalo do caseiro", e vice-versa. É indispensável ler, mas impossível não se aborrecer.

Francisco Lopes, ex-presidente do Banco Central, o Nelsinho Batista das crises.
Foi contratado para tirar o país e o Corinthians do sufoco. Inventou uma tal de "banda diagonal endógena", que até hoje ninguém entendeu. Não durou nem um mês no cargo, mas foi tempo suficiente para o dólar ir lá em cima e o Corinthians lá pra baixo. 

Gustavo Loyola, ex-titular do BC, o próprio Eurico Miranda.
A crise do Vasco tem nome e a crise cambial do Brasil sobrenome.  Plantaram o que colheram!

Rubens Ricupero, a encarnação do técnico Cuca.
A antena parabólica foi a salvação do Ministério da Fazenda. A tecnologia ainda ajudou na hora da demissão. Ambos demitidos por telefone! 

Celso Ming, o Valdir Espinosa da crônica.
Alguém lembra que o Valdir Espinosa é técnico ou escreve em jornais?

Armínio Fraga, o Muricy Ramalho. 
É bom no que faz, mas só durou tanto tempo no cargo porque é amigo de gente graúda, como Soros. Devia se aposentar antes que ainda sobre tempo pra faturar algum escrevendo livros de "liderança e sucesso". 

Pedro Malan, o estrategista Luxemburgo.
Vende a alma pro diabo e comia as manicures do Planalto, arrotando de bom profissional. O negócio dele agora é ser cartola do mundo financeiro, essa coisa de técnico é coisa de Meirelles! 

Henrique Cecília Meirelles e Guido Mantega, a própria dupla Zagallo e Parreira.
Para eles a melhor defesa é a defesa mesmo! É a economia de resultados e os juros altos a qualquer custo. Time que ganha é o que defende mais das bolas! Resta saber quem é o ativo e o passivo...

Essa é a casta de gente que anda comentando a crise. Faltou uma porrada deles, já que até o Ronaldo Fenômeno acha que tem algum coisa para falar sobre o mundo financeiro. Esse que voz fala e escreve, por exemplo, poderia ser enquadrado na condição de "leitor-corneteiro". Mas o futebol, tal qual a economia, é uma caixinha de bobagens! 

Aproveito para um vídeo de reflexão sobre debates:


Tuesday, December 16, 2008

O olhar do próximo

No último dia da aula de inglês poucas pessoas apareceram. Éramos apenas cinco em sala de aula e trocamos os dizeres gringos por fatos cotidianos das nossas vidas, ditos no português mais claro possível. Dividindo a sala de aula todas as terças e quintas-feiras, pouco conhecemos sobre as pessoas que esboçam as primeiras palavras em língua estrangeira ao nosso lado.

Nesse dia parece que todos precisavam soltar os adjetivos engasgados na garganta durante o ano. As pessoas soltaram o verbo e foi uma experiência que se aproximou de uma terapia grupal ou de um encontro dos Alcoólatras  Anônimos. Uma das moças era psicóloga e disse uma frase típica de sessões de terapia: "a gente pode passar a vida inteira em função do olhar do próximo, sem viver a nossa própria vida". Em qualquer outro dia acharia que era mais uma das frases prontas dos inúmeros consultórios da cidade. Mas naquela quinta-feira a frase ecoou, pois vinha de uma mulher que lamentava sinceramente os próprios problemas familiares. Tipo terapia da psicóloga, saca?

Agora, passadas mais de seis horas da manhã sem o sono dar as caras, cheguei a duas conclusões: acho que em 2008 envelheci uns trinta anos em função desse olhar terceirizado.  Quando se convive em círculos intelectuais, projetamos um personagem ideal e passamos a encená-lo involuntariamente. Alguns passam a vida sustentando-o, outros desistem da farsa no meio do caminho, enquanto outros tantos são simplesmente descobertos e taxados de "duas caras" ou "farsante", o que não deixa de ser verdade. 

Mas o algoz também figura como coro da ópera bufa, justamente ocupando o posto de acusador. Ele usa uma máscara preta, que lhe encobre o rosto, enquanto ajusta a corda da forca e dá o sinal da execução. 

A segunda conclusão é a de que nunca mais gasto um tostão em psicólogos. Se eles não conseguem resolver os próprios problemas, como irão nos ajudar com os nossos?

Monday, December 15, 2008

Legendas


"Ele usa Vulcabras e não tem chulé", diz irmã do jornalista que jogou sapato no presidente Bush.

O poder da propaganda


Olha, não sei a opinião dos endividados leitores, mas enquanto os jornais e revistas gastam caminhões de papel para falar sobre os efeitos da crise, há quem acredite que ela realmente não exista. Pelo menos dois brasileiros compartilham essa opinião: Arnaldo José da Silva, autor do outdoor acima, e Luiz Inácio Lula da Silva, por acaso nosso presidente. A dúvida é: em quem acreditar de fato?!

Friday, December 12, 2008

Recordações


Viajar é melhor coisa que alguém pode fazer para a própria existência. É de fato uma renovação espiritual. No início do ano fui para Porto Seguro e, ao invés de ficar no circuito "férias de formatura", curtindo as praias badaladas, passei os dias nas areias de Arraial D'Ajuda. Sorte minha. Visitei praias belíssimas. 

Como ainda não tenho uma máquina fotográfica, resta-me registrar essas viagens com o celular mesmo. Só que, para quem não sabe, sou o ser mais tapado do universo. Alguns podem perceber isso pelos erros de português, que por essas bandas existem aos borbotões. Já os colegas que fiz no Arraial perceberam minha deficiência quando me viram correndo atrás da mala que fora tragada pelas águas de Caraíva.  A cena foi meio pastelão. As ondas molharam todas as minhas coisas, incluindo cartão do bando e celular. Com isso, todas as lembranças da viagem para a Bahia tinham sido danificadas. 

Mas essa semana consegui resgatar algumas fotos, justamente as que tinham ficado no chip do celular. Na verdade só me importava com uma dessas fotos apenas. Era justamente a mais bela, que resumia toda a viagem. Foi tirada numa praia semi-deserta. Apenas um casal compartilhava as areias naquele momento comigo. Foram algumas horas de sintonia total com a natureza. 

Esses momentos resultaram na foto acima. Não parece, mas foi eu mesmo quem tirou e, acreditem, de um celular. Mais fotos no "Flickr": http://www.flickr.com/photos/27306709@N08/

Thursday, December 04, 2008

Dom Inácio Quixote De La Mancha

Lula se comparou nesta quinta-feira, 04, ao lendário personagem de Miguel de Cervantes, Dom Quixote De La Mancha. Tal qual o cavaleiro, Lula se sente "solitário, pregando o otimismo". Mas, se Lula é Dom Quixote, quem é o seu escudeiro Sancho Pança?

A - Dilma Rousseff
B - Sérgio Cabral
C - Tarso Genro
D - Rafael Correa

Tuesday, December 02, 2008

Veterano

Nunca pensei que usaria a palavra tão cedo. Mas diante dos fatos, eis que ela veio no domingo. Depois de um quarto de século de idade, vinte anos ininterruptos de bancos escolares, resolvi voltar para o início: o Vestibular. Mas essa ainda não é palavra...

Diante da sala lotada de vestibulandos, rememorei os tempos de cursinho. Olhando pro lado, uma molecada que mal tinha completado 17 anos. Foi aí que ela veio. A palavra. Velho, essa sim.

Ufa! A sensação de ser um "titio", num lugar com trezentas cabeças me deu calafrios e quase levantei antes do início da prova. Seria até melhor, pois o meu despreparo me angustiou quase quanto a palavra. Foi o dia de lembrar. Lembrar do conteúdo, lembrar que nada daquilo importa de verdade. Lembranças, essas coisas que a gente tira da memória, são boas vez por outra.

Vez por outra é bom lembrar também que " o ESSENCIAL é invisível aos olhos". Ser um veterano no meio de novatos pode ser bom. Pode ser bom também mudar a vida de jornalista, que não me parece tão promissora. A palavra "velho" me veio de novo. Dessa vez pra dizer, "antes tarde do que nunca..."

Ouro de tolo

Voltar do trabalho é sempre um barato. Depois de um dia inteiro na labuta, o ato de dirigir-se à residência é sagrado, quase celestial... Na última sexta-feira, como todos os outros dias, coloquei o fone de ouvido e rumei em direção à Pinheiros. Com trilha sonora, tudo fica ainda mais prazeroso, divertido. De Barueri até a civilização real, contei com a carona de um colega. Nos fones, MPB, Samba, Chico Buarque, Zeca Baleiro, Tom Jobim - mas na voz de Gal Costa.

A carona me despejou nas proximidades da Barra Funda. Até em casa, bastavam mais poucos minutos de ônibus. Caminhando, ia até o viaduto Pacaembú, onde subiria no "cata louco", que finalmente me levaria até o sagrado lar... Mas no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma arma no meio do caminho. Uma não, duas. Ou melhor, quatro.

A música que tocava era "Bastidores", do Chico... "Chorei, chorei... até ficar com dó de mim...". Antes que Francisco Buarque pudesse terminar a frase, fui surpreendido na Rua do Bosque por quatro assaltantes, dois deles armados. Foi assim, quase como um tiro. Rápido, indolor. Quando percebi, lá estavam eles. Ao meu redor, exigindo tudo.

O que pensar nessa hora? Nada! Não dá tempo... Em menos de um minuto já estava sem pertences, memória, dignidade. Restava o choque, o medo, a desolação. A dor do cano da arma ainda me dói na nuca. O cano frio foi o máximo da sensação de morte que me aproximei.

Entrei na Record, antiga labuta, tomei uma água e peguei um táxi. Chegando em casa "Chorei, Chorei... até ficar com dó de mim". Não porque me levaram uma mochila, um celular e duas revistas semanais. As lágrimas eram pelas conquistas quase perdidas, os sonhos quase acabados, as reclamações desnecessárias. No futebol e na vida, o "se" ou "quase" são "se" e "quase". Na vida, servem para poluir nossa mente de pensamentos ruins. Se o bando descobrisse que na mochila cobiçada tinha apenas um punhado de letras, certamente o fim seria outro. Pensei na minha mãe e namorada, deitadas sob um caixão, derramando lágrimas de dor por um gesto desnecessários que tivesse feito.

Felizmente nada aconteceu. Estou aqui, vivo. Vários pensamentos passaram pela minha cabeça desde então. Serviram pra me bagunçar ainda mais a vida. Foi a primeira vez que tive realmente a noção da efemeridade de existir. Se houvesse tempo, a próxima música do fone seria Raul Seixas, "Ouro de tolo".

Friday, November 28, 2008

Legenda


"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
((Antoine de Saint-Exupéry, em "O Pequeno Caloteiro ))

Thursday, November 27, 2008

O passado "negro" de Barack Obama

Homenagem do leitor C. Quero.

Thursday, November 20, 2008

Obamania: minorias étnicas saem do armário

Olha, minha gente. Nada contra as minorias étnicas ou sexuais. Mas depois que o Obama ganhou as eleições, um incrível fenômeno acontece. A eleição do havaiano estimulou as minorias a saírem do armário. A última é esse convite que recebi de uma amiga armênia. Com todo o respeito a ela, que é uma menina muito legal, mas a moça resolveu fazer uma festa misturando "tudo que é sucesso em países que estão fora da Otan e do G8". Isso quer dizer o seguinte: vai tocar músicas egípcias, islandesas e salvadorenhas. Quer dizer também que a entrada dos turcos está liberada e que a Armênia também produz música, ao contrário do que você e eu imaginávamos.


Batchik Ballo

Em armênio, Batchik significa beijo. Ballo, em italiano é baile. Baile do beijo, do abraço, da celebração da boa música. A idéia por trás dessa festa é reunir na mesma pista pessoas ávidas por dançar, independente do que explode na caixa de som. Armênia e Itália são os países de onde vieram as famílias de Mayra Maldjian e Luiz Pattoli, idealizadores e DJs residentes da festa. Esse encontro singular de origens resulta num case abarrotado de músicas dançantes de (muitas vezes) inimagináveis partes do mundo. Nessa mistura entra tudo que é sucesso em países que estão fora da Otan e do G8. Bhangra, árabe, gypsy, salsa, cumbia, reggaeton, funk carioca, rap, reggae, dub, kuduro, afrobeat e qualquer outra música pop do "terceiro mundo" inspiram edições temáticas ou musicalmente promíscuas da festa. Ritmos locais com temperos mundiais. Ou seria o contrário?
Batchik Ballo @ Drops Bar
Dia 20/11, a partir das 20h
$10 entrada ou $15 de consumação
DROPS
Rua dos Ingleses 182 - bela vista ,
tel.: 2503-4486

Wednesday, November 19, 2008

Joga merda no Gilmar...


Agora que Daniel Dantas está enroladíssimo com a operação Satiagraha e o juiz Fausto de Sanctis, a revista “Carta Capital” resolveu deixar o “orelhudo” de lado e achou uma nova vítima: o ministro Gilmar Mendes. Não sei onde vai parar essa briga de foice, mas quero deixar meus votos para que o circo pegue mais fogo! Tudo bem que Carta Capital sofra do mal do presidente Lula, o exagero. Mas cá pra nós, esse Gilmar Mendes é um porco, né não? Com todo respeito aos suínos, quero discorrer mais futuramente sobre as atrocidades do ministro do STF nesse espaço, antes que ele resolva me proibir de alguma coisa. Esse é só um registro de que nesse espaço o juridiota é inimputável. Se por acaso o sr estiver lendo essas linhas entre uma e outra decisão do Supremo, ministro, saiba que em qualquer país do mundo v. Ex. não passaria de escrivão da Polícia Ambiental!

"Arrufos": uma aventura na Vila Maria Zélia


Imagine uma vila operária do começo do século. Ruas estreitas, casas de pé-direito baixo, muitas árvores, famílias sentadas no portão. Na praça principal adolescentes conversam em grupos, rodeados de crianças menores que correm de um lado para o outro, às vezes de bicicleta ou skate, falando alto e rindo. No centro da praça uma igrejinha. Bem em frente dela o coreto, que fica ao lado do parque, que fica por sua vez em frente à administração. A botica, ou farmácia, como chama hoje, fica atrás da igreja, justamente para atrair os compradores depois na saída da missa. Um cenário típico de interior, mas que ainda existe dentro de São Paulo.

Sábado fui até lá com a patroa para assistir o espetáculo "Arrufos", do Grupo XIX de Teatro. O grupo se apresenta em uma comunidade esquecida pelo tempo. É a Vila Maria Zélia, que fica no Belém. O lugar é simplesmente a primeira vila operária do Brasil. Inspirada nas vilas inglesas do início do século XIX, a Vila Maria Zélia foi construída a mando do industrial Jorge Street, que era dono da Cia. Nacional de Tecidos da Juta. A intenção dele era manter os funcionários por perto, para não ter atrasos. Hoje o prédio da fábrica abriga a Goodyear, mas a antiga vila luta contra o tempo para não desaparecer.

Acostumado à praticidade do círculo cultural Centro-Paulista-Augusta, quando saí de casa para ver “Arrufos” a primeira que me veio a cabeça foi reclamar da distância. “Por que esses atores malucos inventam de se apresentarem no fim do mundo?”. Ao cruzar a cancela que divide São Paulo da vila operária é fácil descobrir. O local é simplesmente fascinante e empresta todo o seu glamour a peça. Ouvi muitos elogios sobre o espetáculo antes de assistir, mas creio que muito do que as pessoas falam é justamente por causa da maravilhosa sensação de dar de frente com um lugar que nós, paulistanos da gema, só conseguimos ver nos filmes ou nas longas viagens de fim de ano.

É engraçado reparar que todo mundo que foi ver a peça teve a mesma sensação. As pessoas andavam pelas ruas estreitas da vila admiradas com a sobrevivência daquele espaço, com vontade de adquirir um pedaço do lugar para criar os filhos. A peça “Arrufos” acontece no prédio onde era a antiga botica, hoje revertido em espaço cultural. A mágica do espetáculo é que o grupo XIX conseguiu transformar o local em um lugar “aconchegante”, onde o público é parte fundamental da encenação.

O cenário de fora da sala ajuda a preparar o espírito do público para o espetáculo. Ao entrar na “botica”, temos uma arena toda decorada com abajures, onde os participantes sentam de dois em dois, separados justamente pelos corta-luzes. O enredo de “Arrufos” são os amores. Os que deram certo, os esquecidos, os passageiros, mas, sobretudo, os não ditos, perdidos e confundidos. O amor apenas. Dolorosos e doídos. Flamejantes e oprimidos. Renegados e retribuídos.

Algumas passagens são muitíssimo interessantes. Embora um espetáculo otimista em relação a amar, lembro de uma das falas do médico-personagem, onde ele confessa que “amar é a capacidade incrível de perceber virtudes no amado que ele não tem...” É genial! Ou ainda sobre como o cinema, a ficção , que nos presenteia com modelos de casais que pouco fazem sentido real, mas que pautam o desejo das pessoas. Essas que esperam a vida inteira por um “Happy End” Sebastianista.

Confesso que o texto de “Arrufos” está abaixo do que esperei sobre as discussões do amar. Faltou-lhe profundidade e maturidade para entrar em temas que permeiam o inconsciente do agente do amor e seu objeto de idolatria. O ponto positivo é que a qualidade do elenco, misturada a mágica dos adereços e a composição de cena, dão o equilíbrio linear à trama. Traduzindo em palavras de verdade: do caralho! (risos. Esse e o parágrafo do tucanês)

Saia de casa para assistir “Arrufos”. Você certamente ficará como eu, com a sensação de idiota por ter ignorado tanto tempo a existência de um lugar tão bacana. Um outro mundo, com certeza. O local, a peça, a companhia ao seu lado. Foi um sábado tão perfeito que um dos namorados da platéia resolveu pedir a companheira em casamento ali mesmo, ao final do espetáculo. Todas as mulheres ficaram com cara de inveja, pois gostariam de receber a mesma surpresa. Da minha parte, fiquei puto com o papelão do cara! Não pelo pedido público de casamento, que foi muito criativo, aliás, mas por me obriga a pensar num jeito ainda mais romântico de pedir a Fabiana em casamento daqui um tempo! Tô lascado...

Bom, pra encerrar, coloco dois vídeos no final. Um é da própria peça, “Arrufos”. O outro é de um documentário muito mal feito por estudantes da Metodista sobre a Vila Maria Zélia. Ambos os vídeos tem a qualidade técnica horrível. Mas acho que é uma forma de despertar em vocês a vontade de assistir e conhecer o local. Sorte!


Sobre a peça:




Sobre a Vila:




A vila também tem site: http://www.vilamariazelia.com.br/

Tuesday, November 18, 2008

MSN, Maconha e Suco de Milho Verde

Já que eu comecei a falar do CQC, o Top 3 desta semana também trouxe o professor Pierluigi Piazzi, com o qual trabalhei na Rádio Eldorado, fazendo uma cruzada contra o MSN na Tv Gazeta, do prof. Erasmo Nuzzi. 

Só pra constar, o professor Pierluigi anda tomando muito suco de milho antes de participar de programas de rádio e tv. Na Eldorado ele chegava pra gravar os programas trazendo um garrafa de suco de milho acoplada à mochila. Distribuía o suco na redação, beiçava uns goles e partia para o estúdio, onde falava mais de uma hora sem parar, sobre uma porção de bobagens de informática.  

Foi fazer isso na tv, acabou virando motivo de chacota. Agora quero ver limpar a barra com os maconheiros lá da redação...  Avisei várias vezes ao professor que o suco de milho misturado com pamonha ainda seria o fracasso da vida dele... Antes de sair da rádio ele ainda me alertou: "Cuidado com o MSN, ele é um vício!". Pensei que fosse brincadeira, mas não era...


N-Idéias no CQC: o negócio é zoar os caras

O N-Idéias está em festa. Nosso blog atingiu o cume da popularidade. Essa semana dois dos assuntos abordados por esse espaço entraram para o "Top Five" do programa CQC, da TV Bandeirantes. Acreditem. Foi das mãos deste que vos escreve que saiu as duas infames notas que dominaram o ranking de assuntos inúteis do CQC. Não é uma bosta? 

O problema é só um: o meu chefe. Ele é mais doido do que eu e qualquer coisa que eu sugiro ele compra. De mulher pelada a chamar o Obama de "negão" em rede nacional, vale tudo. Segundo ele, vamos "zoando os caras" até a Justiça mandar parar. Nossa próxima vítima é o Gilmar Mendes, que anda cantando muito de galo. 

As entidades de direito dos anões e dos presidentes americanos negros não tinham acionado a Redetv até agora, porque ninguém assiste aos nossos programas. Mas o CQC assiste e gosta do nosso trabalho. Será que com a "forcinha", finalmente tiram nosso programa do ar?


Wednesday, November 12, 2008

Anunciando e jogando...

Minha gente, a tira aí em cima é um pretexto para eu anunciar a minha mais nova aquisição: comprei um videogame. Pois é, apesar do momento difícil da economia mundial, resolvi importar um game de alta tecnologia que ainda nem sei mexer. Amanhã vou escrever um tratado sobre o que significa essa mudança pra mim. Agora, fiquem a pensar com uma tirinha que já dá o tom da mudança...

Friday, November 07, 2008

"Gigantes" do Ringue

Ok, Ok. Você pode me chamar de tonto e dizer que eu cheguei ao fundo do poço. Pode me chamar de idiota e dizer que esse blog é uma bosta (o que é um orgulho!). Mas depois de ver o nosso presidente discursando sobre sutiã, o Gilmar Mendes proibindo a Polícia Federal de batizar as operações contra os crimes de colarinho branco e o Obama dando uma de "Jacaré", soltando a franga na televisão, a semana tinha que acabar com uma boa notícia.

Um empresário da Austrália, espécie de Oscar Maroni gringo, resolveu faturar uma grana e lançou uma genial competição de boxe de anões... Pois é, você pode até ter visto essa notícia por aí. Mas o que você não viu, e vai ver agora, é que lá na Oceania a modalidade é tão, ou mais famosa, que o nosso "Gigantes do Ringue". A novidade da disputa pelo "cinturão" da categoria "peso-levíssimo", ou "peso-anão", é que os golpes baixos são permitidos e legítimos! (nossa, piada péssima!)




Confira o vídeo:

Barack Obama: o negão do "abuse e use"

Ele já foi comparado a celebridades como Martin Luther King, Bin Laden e até ao Dadá Maravilha. Mas nesse vídeo do "The Ellen DeGeneres Show", programa de auditório americano do tipo "SuperPop", Barack Obama é, sem dúvida, o irmão mais velho do "Negão do Abuse e Use", o saudoso Sebastian. Ele andava sumido do vídeo, mas agora já se sabe que trocou as propagandas da "C&A" para ser presidente dos EUA, sem direito a liquidação de bancos e hipotecas no final de ano!

Boris Ieltsin, dono da "lambada presidencial" mais famosa do mundo, deve estar puto da vida nesse momento, seja onde estiver, pois até agora não descobri se bêbados vão pro céu ou para o inferno!

Wednesday, November 05, 2008

"Deixa o Obama trabalhar"


Finalmente algum candidato apoiado por esse blog venceu alguma coisa. Depois de Marta, Gabeira e João do Grito (candidato a síndico do meu condomínio que foi derrotado), eis que Barack Hussein Obama é eleito presidente da maior Disneylândia do mundo, os Estados Unidos. Tudo bem que, com a crise, a Disney americana está com mais cara de “Beto Carreiro World” do que propriamente de “Mickey’s House”. De qualquer forma, fica aí a comparação grotesca entre o país de Britney Spears, Paris Hilton, Madonna e a inesquecível Sarah Pallin e o fantástico mundo encantado de “Valdisney World”.

Comemoro a vitória de Barack Obama não por ele ser negro, afrodescendente, afro-americano, portador de cor desprivilegiada, etc... Comemoro pelo fato da minha maré de má sorte ter ido embora! Eu já me sentia um Ricardo Noblat dos blogs, de tanto pé frio...

Acho que as eleições nos EUA já estavam chatas. Ninguém agüentava mais as piadas sobre as pernas e o QI de ameba da Sarah Palin, com a deficiência do John McCain e a cara de terrorista do vencedor no escrutínio. Outra coisa: o marqueteiro de Obama certamente é amigo íntimo de Duda Mendonça. Era tudo igual: “a esperança vai vencer o medo”, “a Av. Paulista de Chicago com mais de um milhão de pessoas”, “o corte de impostos”, “a geração de empregos”...

Meu Deus, as eleições no ex-país mais rico do mundo parecia a disputa entre Lula e Serra! Tanto que o Serra deles, o John McCain, fez de tudo para esconder o Bush, que corresponde ao nosso FHC. Ambos deixaram o cargo mais impopulares que as piadas do Beguocci ou do Joselito!

Fato é que o pleito “estadunidense”, como gosta de dizer o Aldo Rebelo e a professora Maria Aparecida Aquino, é repleto de simbologia popular, como a eleição do metalúrgico barbudo. Assim como fiz em 2002, fiquei até as quatro da manhã na frente da tv acompanhando os discursos americanos. Segurei as lágrimas porque elas já tinham se esgotado naquela época. De qualquer forma, o discurso de Obama foi bem mais realista do que os anseios dos eleitores. Sem muitos sorrisos como na campanha, mais realista e sensato, Obama sabe que a tarefa que vem por aí é duríssima. A parte mais “fácil” era essa, agora é reverter votos em capital político para as mudanças necessárias e não muito populares.

O novo presidente já disse ontem que essas transformações não têm data nem hora para acontecer. Mas graças a Deus chegaram. Tudo tem um começo. Em 2012 veremos mais uma vez o “negão” pedindo votos. Aposto no slogan “Obama de novo, com a força do povo”. Duvida? É barbada!

As eleições nos Estados Unidos foram melhores que o Brasil de 2002 por apenas um aspecto: os americanos estão mais atentos às mudanças de discurso do novo mandatário e sabem que eleição e ação são diferentes. Ninguém poderá acusar Obama de “estelionato eleitoral”, “traidor” e tudo mais que Lula ouviu no Brasil ao se candidatar a reeleição.

Obama e Lula são símbolos de um mundo que pede mudanças. Mudanças pacíficas através do voto, sem guerra, sem traumas. A América do Norte foi a última grande nação democrática a passar por isso, fenômeno visto no Brasil, Venezuela, Bolívia, entre outros “hermanos” da triste, mas esperançosa, América Latina.

Agora é “deixar o homem trabalhar” e torcer para que programas como “Bolsa Família”, “Fome Zero” e “PAC” emplaquem lá, como cá. Se a crise deixar, teremos o metalúrgico e o negão substituídos por outra novidade: uma mulher. Se for para vencer preconceitos, aproveitemos a onda. Nada seria mais justo que as mulheres tomassem o poder depois que o pobre e negro fizeram suas partes. Nesse ponto, sou mais Dilma que Sarah Palin ou Hillary Clinton.

Wednesday, October 29, 2008

A Turma do Limoeiro

Essa é muito boa. Um grupo de atores cariocas acostumados a parodiar personagens cotidianos agora resolveu sacanear os heróis da "Turma da Mônica". Aproveitando a evolução dos quadrinhos feita por Maurício de Sousa, onde os personagens aparecem adolescentes em estilo mangá, esses malucos resolveram dar vida aos quadrinhos. Mas é claro que ia rolar uma sacanagem das grossas, né? A Magali aparece como bulímica, o Chico Bento como maconheiro e o Cascão é um negão muito do safado. O Cebolinha continua falando errado, mas fica puto da vida quando chamam ele do nome verdadeiro. O Franginha virou um taradão que só pensa em transar e a Mônica uma gostosa homofóbica. Vale a pena assistir, "A turma do Limoeiro" é uma referência ao bairro da turminha no HQ. Muito legal!

Friday, October 24, 2008

O fim do "tanga mínima"

Na política tem um ditado que diz que "apoio é uma coisa que não se recusa". Tipo copo d'água ou aumento de salário, saca? Pois bem, embora a "onda Gabeira" tenha dominado a classe média carioca, principalmente a artística e praiana, (arrisco a dizer que a classe média paulistana também está "alvoroçada" pelo homem), já dou como certa a derrota do "tanga mínima" nas eleições municipais do Rio.

Eu explico. Nos últimos dias o candidato-terrorista, com o perdão do adjetivo, mas aprendemos em São Paulo que o passado não pode se negar, anda recebendo apoio de um blogueiro pouco conhecido por acertar previsões ou mesmo ajudar em candidaturas.

Gabeira deve ter comemorado, afinal, cansou de condenar durante tantos anos "a imprensa marrom e sem moral". Mas o candidato-tragador, perdão de novo, devia saber que no primeiro turno o mesmo blogueiro fez campanha para Manuela D'ávila em Porto Alegre. Deu no que deu. A moça, embora gostosa, perdeu a vaga para Maria do Rosário.

Deixo claro que Gabeira seria o meu candidato, caso eu usasse o "X" no lugar do "S". Lamentavelmente o apoio do tal blogueiro não traz bons fluidos para a campanha do ex-sequestrador (sorry). É o começo da "derrocada" de Gabeira e o fim do projeto "tanga mínima" nas praias cariocas. A lamentar...

Sunday, October 19, 2008

Noções de futebol I

Eleição é uma época que deveriam me amarrar. Como em final de campeonato, sou o torcedor mais roxo que um time pode ter, chegando a beirar a irracionalidade dos torcedores de várzea. É tempos em que deveriam me impedir de escrever e falar. Tempos em que não leio jornal para não me chatear. Tempos que detesto todos os "monstros" da crônica política-esportista. Nunca escondi minha preferência pelo vermelho e branco e a minha fúria contra o alviverde pefelê.

Numa época de apartidarismo, acho importante expor opinião e marcar território. Entretanto, as coisas estão saindo um pouco do limite. Nos últimos dias me envolvi em discussões típicas de clássicos como São Paulo e Palmeiras, para falar apenas de times da primeira divisão. Justifiquei carrinho por trás, cotoveladas, socos e pontapés no juiz. Vale tudo pelo título nas urnas, afinal, como futebol, política é coisa pra "macho".

Pesquisa pra mim é como clássico perdido no domingo. Na segunda-feira não aguento olhar para a cara dos colegas de firma. Coitados daqueles que são mais próximos. Minha mãe e namorada que o digam. Patadas e gritos são o mínimo... Tudo isso porque acho que tenho o time mais preparado, a equipe mais entrosada e a maior sensibilidade para pensar nos pobres.

Meu time é mais digno e, qualquer que seja o argumento, é o que mais fez por essa cidade. Ok, assim como o Muricy, a líder da equipe não é simpática, nem faz questão de tratar bem os jornalistas. Porém, somos o atual campeão brasileiro, temos a presidência, e sempre lutamos pelo título. Assim como no Brasileirão, minha equipe parece morta mas a qualquer momento pode faturar o tricampeonato. A equipe azul-amarela, está confiante com o título em 2010, mas, por hora, temo que a centroavante com pose de diretora de escola fature no returno. Ufanismo de torcedor? Pode ser. Mas futebol, digo, a política, é uma "caixinha de surpresas".

Com o fim do "Paulistano", hora de juntar os cacos e rediscutir as ambições da equipe para o nacional. Como tropeços são comuns em biografias de times, ora de chamar a direção do "clube" e renovar o elenco. Como disse uma artista plástica na Folha, "Por pior que seja o governo do PT, ainda é o melhor para os pobres". Avante nação vermelha. Nossa onça ainda voltará a beber água!

(((Me internem por favor!!)))

Thursday, October 16, 2008

O governador está nu


O confronto entre policiais civis e militares no Morumbi nesta quinta-feira, 16, foi o ponto alto da política do governo José Serra. Intransigência sempre foi a marca desse político soturno, com cara de mordomo de filme de terror e jeitão de ator canastrão dos anos 60. Na época da campanha de Geraldo Alckmin os “asponis”, aqueles que surgem de todos os lados e acham que sabem de tudo, viviam dizendo que Serra não funciona sob pressão e jamais entraria na campanha se a imprensa e os líderes políticos ficassem pressionando-o. “Ele é durão”, “ele é turrão”, entre outros “ãos” que diziam sobre o ilustríssimo.

Pois bem, com os policiais civis de São Paulo foi a mesma coisa. Há um mês em greve, eles tentam negociar melhores condições de trabalho com a cúpula da Secretaria de Segurança Pública e não tiveram resultados minimamente satisfatórios. Pior, há pelo menos duas semanas a SSP se recusa a prosseguir as discussões, sob a tutela e orientação do magnanimo.

Acontece que um movimento grevista não recua até ambas as partes sedam e um acordo seja referendado. Qualquer greve com paralisação é assim. Qualquer greve normal se faz com protesto e panelada na porta das sedes de governo. É assim na Europa, na Ásia ou até nos rincões da América do Sul.

Mas em São Paulo é diferente. Chegar até a porta do Palácio dos Bandeirantes é uma dádiva para qualquer sindicalista minimamente acostumado com piquetes e confusão em porta de fábrica. A sede do governo paulista é a sinagoga onde qualquer manifestação que não seja de unção do santo governo é tida como ameaça, a ser repelida a todo custo.

Entretanto, a greve dos policiais civis não é uma paralisação comum. É a greve de policiais que andam armados, independente de estarem ou não em serviço. É a greve dos caras que são alvos do PCC e que constantemente são tocaiados em vielas pela periferia da cidade. Gente que dorme com a arma embaixo do travesseiro e desconfia até do filho recém-nascido.

Ora, povo meu. O governador e a PM não sabiam que ali estavam dois mil homens francamente armados e potencialmente explosivos?

Ora, caros, dar tratamento de sindicalista para uma turba armada até os dentes é assinar atestado de idiotice! Os policiais civis e militares são rivais naturalmente, independente de greve ou não. Quando estava no programa "Força Tarefa", presenciei esse “ódio” várias vezes, de ambos os lados. Militares que acabavam com investigações civis de semana, ou civis que queriam levar os méritos da “cana” dos militares.

Em sua síntese, as duas maiores forças policiais do país são diferentes. Os militares são organizados, obedecem a hierarquia acima de qualquer coisa, cumprem horário religiosamente e andam de uniforme feito garis. Os civis são iguais aos primos malandros que todo mundo tem. Andam desalinhados, chamam o chefe de "mano" e raramente cumprem horário. Usam a viatura para fins pessoais e tomam café na padaria sem pagar. Um tem inveja do outro. O primo engomadinho quer ser descolado, o descolado quer ser inteligente e ter as oportunidades de crescimento do riquinho. Nessa pegada, colocar as duas forças frente a frente é a mesma coisa que dizer para dois irmãos que eles terão que disputar a mesada no tapa.

Antes do fim da frase os dois já estão rolando no chão.

Dito isso, o confronto entre as duas ordens policiais de São Paulo foi um erro colossal do governo Serra que poderia ter custado dezenas de vidas. Quem viu imagens e fotos soube que os policiais civis estavam armados até os dentes. Soube também que uma tragédia maior não aconteceu por puro “equilíbrio” daqueles que seguravam as armas.

O governador correu a colocar a culpa do PT e nos sindicatos, como é de sua personalidade sempre que a coisa aperta. Mas o que aconteceu nessa quinta-feira é reflexo de uma política irracional praticada pelo Palácio dos Bandeirantes desde a época de Mário Covas. O episódio serviu para arreganhar as entranhas da intransigência maléfica do governo do PSDB em praça pública.

Não sei se reverterá em votos para Marta Suplicy ou ao PT, mas pelo menos serve de alerta para essa gente idiota de São Paulo. A verdade não é exclusividade da turba tucana.

Monday, October 13, 2008

Prefeita ou prefeito?


Demorou, mas aconteceu! Finalmente a sexualidade do atual prefeito de São Paulo ganha o grande público e começa a ser discutida nos bares da Vila Ré (com o perdão da citação ao amigo Gabriel). Relevante ou não, fato é que em qualquer país civilizado a sexualidade do prefeito seria discutida de forma madura, sem a dualidade da imprensa chapa-branca num momento de disputa de poder. Claro que em São Paulo não poderia ser assim.


Ora, a mídia está descendo o pau na campanha de Marta Suplicy porque ela é petista! Se fosse o contrário, a Marta fosse a lésbica e o Kassab o garanhão traidor de mulheres, a coisa mudaria de figura. Não quero aqui justificar o erro da campanha petista. Fato é que há tempos a imprensa sabe da homossexualidade do prefeito, que até então ficou restrita às piadas de corredores de redação ou mesas de bar, mas nada diz ou mesmo insinua. A campanha e a cobertura da mídia só tem me chateado. Mais ainda o conservadorismo dos paulistanos. Torço para que essa angústia acabe logo. Torço, aliás, para que os paulistanos evoluam.

Na campanha passada, tucanos e demônios se encarregaram de espalhar que a ex-sexóloga traía o senador Suplicy. Fato que ninguém divulgou é que o relacionamento entre os dois era "aberto". Isso na prática quer dizer o seguinte: Suplicy sabia dos chifres e gostava. Acusaram a mulher de tudo. Com a "tia" Erundina a mesma coisa. Por que não falar da sexualidade do atual prefeito? Aproveito e contesto a sexualidade do Quércia e do Tasso Jereissati. Será que são gays? Não importa. Se saem com outros homens ou não, isso não lhes tira a pecha de corrupto para um e coronel para outro. Tira a credibilidade dos veículos, que ao mero sinal de comprometimento do candidato da vez, correm para socorrê-lo em troca de polpudas verbas.

O mundo não acabou?!


Parece que o tão aclamado fim do mundo entrou em recesso parlamentar. Confirmados os últimos números sobre a Economia, volto a escrever nesse espaço com a certeza que o Apocalipse não voltará a nos rondar até o pagar das luzes de 2008. Por enquanto, fica aí as recomendações de tempos sombrios, com Zeca Pagodinho abdicando da vocação habitual.

Wednesday, September 24, 2008

Minha versão para o fim do mundo

Amigo leitor, menina leitora.

Se você está lendo esse post é sinal que o mundo não acabou. E se acabou, é sinal que pelo menos esse blog e você sobreviveram. Como sei que, num possível fim do mundo, a última coisa que um sobrevivente leria é esse blog, fico feliz que estejamos todos vivos!

Se não estivermos vivos é sinal que você já está no ano de 3090, pesquisando a história trágica da economia capitalista que dizimou a vida no planeta Terra. Nesse caso, as próximas linhas interessam muito a você.

A vida no planeta Terra terminou em 2008. A última lembrança que tenho é que estava de casa nova e, umas semanas antes, tinha recebido os amigos para uma saborosa moelada (na nossa época, moela era um alimento muito em voga em bares das regiões tropicais do planeta. A moela vinha de um animal de nome galinha, usado para alimentar a população de países subdesenvolvidos. Era barata e gostosa. Muitas mulheres também recebiam o apelido de “galinhas” nessa época. Deve ser pelo mesmo motivo).

Comecei a desconfiar que o mundo estava próximo do fim um ano antes, quando o Ricardo Teixeira, presidente da CBF, chamou o Dunga para ser técnico da seleção brasileira. Alguns amigos me contestaram e até me chamaram de catastrófico e preconceituoso, só porque o novo treinador tinha nome de personagem de desenho animado – e, pior, justo um personagem que era meio retardado e mudo.

As evidências continuaram. Na mesma época, a China resolveu abrir as portas para o mundo ocidental e sediou uma edição dos Jogos Olímpicos.

Desse episódio só me lembro que uma porção de gente sem perna e sem braço faturou uma baciada de medalhas de ouro para o Brasil. A princípio, pensei que já era efeito da marola do fim do mundo. Minha mãe sempre dizia que o mundo acabaria com as pessoas derretendo como areia. “Deus sopraria sobre a Terra e os homens dissolveriam como areia!”, proclamava a mamãe. Era tipo no filme do “Homem Aranha 3”, saca?

Pois, é. A mamãe repetia apenas o que o pastor dizia na igreja. “Para quem quiser se proteger, tem que comprar uma roupa blindada na minha mão!”, proclamava o pastor, que também era dono de emissora de televisão.

Com tantos pernetas ganhando medalha, logo pensei: “Xi, começou o Apocalipse!”

Pouquíssimo dias após os Jogos Paraolímpicos (não, não, não é uma competição de bocha, aquele esporte praticado por velhinhos que já não conseguem mais andar), a imprensa começou a dizer que uma tal de LHC provocaria o fim do mundo.

Pasme: a tal engenhoca foi bolada por um sindicato de físicos lunáticos. Todos os membros eram discípulos do professor Pardal, personagem conhecido da nossa época, que ganhou notoriedade pelo mesmo criador do Dunga, um tal de Walt Disney. Pois bem, esses engenhosos senhores eram financiados por vários “Tios-Patinhas” da União Européia, que, ao contrário da “Liga da Justiça”, tinha o Nicolas Sarkozy como protagonista. A única semelhança com os heróis dos quadrinhos é que tinha a Carla Bruni, que era conhecida como a “Mulher-Maravilha”.

Bons tempos! Tempos que comer a estagiária era sinal de status e garantia a reeleição.

Bom, os discípulos do prof° Pardal queriam achar uma partícula chamada de “bóson de Higgs”. Eles diziam que o tal “bóson” era o segredo da vida e de todas as coisas da Terra. Mas o engraçado é que, anos antes, um tal de Chico Anísio – que não era físico nem nada, já tinha achado um tal de “Bozó”.

Não falei nada na época, porque o sindicato dos físicos fez um grande consórcio, como aquele do Banco Panamericano, para pagar a tal da máquina de 27 km, chamada de "Grande Colisor de Hádrons". Todo mundo dizia que era o ‘princípio do fim do mundo’, mas os sindicalistas diziam que não. Que eram altamente capacitados e que tudo era uma grande bobagem...

Só comecei ter mesmo certeza do fim quando descobri que tinha brasileiros entre os sindicalistas, candidatos a “todo-poderosos”. O Chico Buarque, grande cantor da nossa época e comedor de mulheres casadas, sugeriu uma vez a criação do Ministério do “Vai dar Merda”. O Lula, que era o nosso presidente e, coincidentemente, também foi 'sindicalista', não ouviu. Mas na hora lembrei: “Vai dar merda!”. Bingo.

A máquina enguiçou e todos pensaram que o mundo teria uma sobrevida. Entretanto, no dia seguinte, os jornais anunciavam o “Crash da Wall Street”, por conta de meia dúzia de bancos que tinham nome de cafeteria ou lanchonete fast-food: Fannie Mae, Freddie Mac e Lehman Brothers.


Na mesma época, um negão e um deficiente físico brigavam para ver quem ganhava o direito de fornicar com a estagiária no Salão Oval da Casa Branca. Casa, aliás, que era habitada até então por um cowboy canalha, que só queria saber de 'Batalha Naval' e deixou os banqueiros brincarem de mão invisível sem a supervisão de um adulto.

Daí, deu no que deu: o governo americano teve que criar o PROER yanque, para salvar bancos, mas sem a presença do Salvatore Cacciola e seu best-seller “Eu, Alberto Cacciola Confesso”. Ambos estavam presos em Bangu 8.

No início, fiquei com medo do negão ganhar aquelas eleições. Nesse tempo, todo negão tinha fama de “cagar na entrada ou na saída”, o que era de um preconceito medonho! Mas quem acabou cagando na saída foi o cowboy, que deixou um abacaxi que o deficiente e o negão não conseguiriam descascar.

No mesmo período, o Corinthians acabara de subir para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro e o presidente do clube anunciou pela trigésima vez: “Vamos ganhar a Libertadores no próximo ano!”.

Não tiveram tempo, pois um ex-governador de Pindamonhangaba assumiu o poder e transformou as transmissões futebolísticas em eventos da 'Canção Nova'. Na ocasião, os petistas saíram pelas ruas pelados, todos gritando que era o “fim do Neoliberalismo”, deixando o PSTU sem plataforma de militância e a Heloisa Helena vociferando contra o "balcão de negócios sujos" da bolsa de Nova Iorque.

Ao mesmo tempo, Fernando Henrique Cardoso, o pai do "real", foi internado num manicômio. Ele só repetia a frase “Esqueçam tudo o que eu escrevi, esqueçam todas as estatais que vendi”.

Houve uma síndrome de suicídio coletivo onde o negão, o deficiente, o cowboy e o presidente do Corinthians entraram na onda. A última lembrança que tenho é da máquina do “fim do mundo” ter voltado a funcionar, graças a um estudante de física da Unip. Foi justamente no momento em que eu terminava de escrever esta car... gvbhiasdb ´pç 8pás bvgf

Monday, September 22, 2008

GÊ-NI-O


Esse blog está em crise. Crise de identidade política. Depois de declarar apoio aberto àquela que, quem sabe, será a nova prefeita e, logo em seguida, engraçar-se com os tucanos da direita - cavando juízo e ética dentro de um furacão jamais visto no ninho das aves de bico grande, tenho que me render aos fatos: Maluf é gênio!

Muito mais que um candidato, Paulo Salim Maluf é um mito que jamais será superado.

A ficha é extensa: Ele roubou e disse que não. Assinou e negou. Tem conta em paraísos fiscais, mas diz que não. Não obstante, disse que sim: "Rouba mas faz". E mais: logo em seguida lançou livro desdizendo tudo que já desdissera antes.

Com tanto diz-não-diz, confunde a cabeça de todos e é o único político desse país capaz de enfrentar a trupe do "CQC" e do "Pânico" de igual para igual. Sem se intimidar. Sem titubear e perder o bom humor durante as piadas de duplo sentido. Faz chacota com o que desdisse e quer que provem que disse! E a tal da "freeway", com doze novas faixas sob o rio Tietê?

Incrível...

Mas gênio que é gênio sempre tem alguma nova genialidade na cartola. Em pleno "Dia mundial sem carro", enquanto todos os candidatos à Prefeitura de São Paulo debatem as soluções para o trânsito e andam de ônibus, Paulo Salim Maluf faz o que se espera de um exemplar único da raça: vai para a rua fazer CARREATA.

"Hoje é o dia internacional para deixar o automóvel em casa. Entretanto, a prática nos mostra que o automóvel é um instrumento de trabalho. Então cabe aos prefeitos terem coragem de fazer as obras de trânsito e transporte coletivo para que a cidade volte a funcionar sem os 80 km de congestionamento que tivemos hoje de amanhã", disse Maluf ao portal Terra.

Com toda moral e qualidades éticas que fazem desse homem o que ele é, o próprio desafia os adversários e aponta o dedo na ferida dos mesmos (que agem errado, logicamente!):

"Eles andam (de ônibus) hoje, quero ver se vão sair amanhã. Isso é um teatro(...) Acho que eleição não pode ser uma olimpíada em que ganha medalhada de ouro quem mente mais. Não pode mentir, só pode prometer fazer quem já fez, e a população de São Paulo sabe que eu fiz", finaliza o gênio.

Com tantas evidências, meus caros, é elementar: ELE É O CARA, ELE É O CARA, ELE É O CARA!!


Quanto vale o show?

Painel da Folha - 22/09/2008

Madonna.
Custa US$ 400 o ingresso mais barato para a palestra de Lula hoje no Council of the Americas, centro de estudos em Nova York, abrindo uma semana de debates de líderes sul-americanos.

Desconto.
O evento com o brasileiro é o mais caro. Ver Cristina Kirchner (Argentina) ou Álvaro Uribe (Colômbia) sai por US$ 250. Pechincha é a palestra de Fernando Lugo (Paraguai): US$ 150.

A pergunta que não cala é a seguinte: quanto custaria uma palestra do Evo Morales? E do ilmo. sr. presidente Ronald Venetiaan, do Suriname? De graça, né? Vale pagar com folha de coca ou garimpeiro com malária?

Saturday, September 20, 2008

Gota d’Água – Breviário


Nesta semana me surpreendi com a volta do musical “Gota d’Água – Breviário” ao circuito paulistano. Depois de uma longa, premiada e comentada temporada no teatro Fábrica, a adaptação do jovem Heron Coelho para o texto de Chico Buarque e Paulo Pontes volta à cena no Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, na Zona Oeste.

"Gota d’Água" foi escrita em 1975 e é uma adaptação musical e carioca para a tragédia grega “Medeia”, de Eurípides. Entretanto, mais que uma montagem com canções famosas da discografia buarqueana, o espetáculo dirigido por Heron Coelho e Georgette Fadel é uma das melhores peças do ano passado.

Encenado pela primeira vez em plena ditadura militar, o texto ficou marcado nos anos 70 pela atuação de Bibi Ferreira e Roberto Bonfim, que interpretavam, respectivamente, Joana e Jasão. Hoje o casal central da trama fica a cargo da própria Georgette, que em 2007 ganhou o Prêmio Shell de melhor atriz pela personagem, e do ator Cristiano Tomiossi. Passados mais de trinta anos entre as duas montagens, a tensão entre o casal permanece tão viva e real que chama atenção do público pela energia que transmite. As cenas de confronto entre Joana e Jasão são tão fortes que arrepiam.

Ao entrar no teatro, poucos se dão conta do excelente espetáculo que está por vir. A montagem paulistana é composta por um punhado de cadeiras na boca de cena, rodeadas pelo público, que, ao lado de músicos e atores, formam uma espécie de roda de samba. Os músicos estão trajados com roupas que caracterizam o Rio de Janeiro da gente simples, e revezam com alguns atores a meia-dúzia de instrumentos de percussão que compõem o “musical”.

O “esquenta” do espetáculo começa logo na entrada do público na sala. Ao final da terceira “campainha”, tem-se a impressão que os atores não agüentarão as três horas de espetáculo que seguirão, tamanho a agitação da roda de samba. Puro engano. Mesmo sendo um texto extremamente dramático, a trama é desenvolvida com tanta leveza que ao final dos 140 minutos tem-se a sensação que tudo começara há poucos segundos. Sem saída ou entrada de coxia, a trama se encerra da mesma forma como começa: samba, palmas e empolgação.

Coincidentemente, na época que “Gota d’Água – Breviário” iniciava sua escalada nos palcos da cidade, o diretor Heron Coelho estreava outro texto de Chico Buarque paralelamente. “Calabar”, escrita em parceria com Ruy Guerra, é um elogio à traição do antológico personagem da história brasileira que largou os portugueses para lutar ao lado dos holandeses na disputa pelas terras brasileiras.

Menos dramática e mais caricata, a peça é uma alegoria do patrulhamento intelectual dos militares e foi encenada por Heron no Sesc Paulista. No mesmo formato de arena que “Gota d’Água”, rodeada pelo público, a versão paulistana do texto de Chico e Guerra tinha as mesmas três horas do espetáculo-irmão, mas não o mesmo vigor e leveza.

A diferença entre as duas peças está justamente no elenco. Dias antes de assistir “Gota D’àgua”, vi uma entrevista de Gerogette na TV Cultura, que falava sobre a escolha do elenco. Segundo ela, os atores foram escolhidos pela capacidade de improvisação. Isso talvez tenha sido a diferença entre as duas encenações, deixando o elenco mais solto e trabalhando com a participação do público e os elementos musicais.

Justiça seja feita, claro que “Calabar” foi um belíssimo espetáculo. O simples fato de resgatar um texto há tanto tempo esquecido já é motivo de louvor. Junte-se a isso a genialidade de Guerra e Chico, mais as belíssimas melodias das músicas “Anna de Amsterdã” e “Bárbara”, pronto. O ingresso está pago e a satisfação garantida.

Entretanto, quem quiser ver uma adaptação que certamente marcará a história das peças de Chico deve assistir “Gota D’Água – Breviário”. O espetáculo vai até o dia 27 de Setembro e é muito bom pra alma!

Servição: Núcleo Bartolomeu de Depoimentos
R. Dr. Augusto de Miranda, 786 - Pompéia - Oeste. Telefone: 3803-9396
Quando?: sábados e domingos: 20h

Psiu: Aquela entrevista que falei sobre a Georgette é essa aqui abaixo. É do ano passado, no “Metrópolis”, da Tv Cultura. Vale conferir!



Thursday, September 18, 2008

Poesia a essa hora?

Valha-me Nossa Senhora, / Mãe de Deus de Nazaré!
A vaca mansa dá leite,/ a braba dá quando quer.
A mansa dá sossegada,/ a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio,/ mas hoje sou escaler.
Já fui menino, fui menino,/ só me falta ser mulher.
Valha-me Nossa Senhora,/ Mãe de Deus de Nazaré.

(Ariano Suassuna, "Auto da Compadecida", pag. 144 e 145)

Monday, September 08, 2008

"Tudo sobre nossas mães" (e irmãos)

Ando meio sem tempo nos últimos dias, mas gostaria de fazer um pequeno comentário sobre o novo filme de Walter Salles, Linha de Passe. Há tempos disse nesse espaço que considero o filme Central do Brasil, do mesmo diretor, um marco do cinema nacional. Pois bem, um aspecto que me chamou atenção no novo filme de Salles é a altíssima capacidade do diretor em reproduzir o dia-a-dia dos tipos sociais brasileiros.

Já em "Central do Brasil” o diretor consegue essa façanha de reproduzir sem caricaturar as figuras brasileiras como Dora (Fernanda Montenegro), velha solitária que quer levar vantagem sob os mais humildes, escrevendo cartas na estação central de trem do Rio de Janeiro. Note que a figura de Dora teria tudo para ser a mau-caráter sem escrúpulos, cuja solidão só aumentou sua porção escura, elevando o pensamento de o que importa mesmo é se dar bem a qualquer custo. Mas não, a porção humana da mulher que quer vender o menino Josué (Vinícius Oliveira) para traficantes de crianças se sobrepõe à fácil maquiavelização da personagem. Mesmo sendo uma mulher desacreditada, aos poucos se arrepende de vender o menino e vê que o vale-tudo da sobrevivência tem limites.

O que dizer então do filme “Abril Despedaçado”(o meu preferido entre todos do diretor)? O conflito de terras e as brigas familiares no sertão do país são tão verossímeis que é impossível conter as lágrimas ao final, quando o menino dá a vida para salvar o irmão que tanto ama.

Em “Linha de Passe”, o novo de Walter Salles, por diversas me vi na pele dos personagens. Cleuza (Sandra Corveloni), a mãe dos quatro meninos, várias vezes me lembrou minha mãe, seja pelo fato de ter cada filho de um pai, seja pelo fato de descontar todo o ódio da preocupação em um de nós. Por diversas vezes apanhamos da minha mãe pelo simples fato de aliviar-lhe a dor que sentiu durante a noite passada em claro, preocupada com o paradeiro do filho. A festa surpresa na casa da família também me recordou as festas na casa de tia Marlene, que até hoje mora na Vila Missionária, na divisa entre São Paulo e Diadema. Coincidência ou não, bem próxima do bairro Cidade Líder, onde foi gravado o filme.

A autenticidade do elenco desse filme é tão grande que, por vezes, nos vemos rindo de situações que acontecem zilhões de vezes por semana na vida de quem não costuma freqüentar as salas de cinema. Lembro de uma entrevista que vi com a atriz Sandra Corveloni logo que ela soube do prêmio de melhor atriz em Cannes. Dizia ela que diversas vezes interrompeu as gravações e desejou não voltar a gravar, tamanha a carga emocional que o elenco utilizou durante a produção. Cleuza não é Sandra, assim como Sandra não é Cleuza. A diferença entre as duas é tão gritante que é possível dar vida independente à personagem, esquecendo que ela é uma atriz. Na verdade, os tipos "Cleuza" estão todos os dias nos ônibus lotados que partem das periferias para as regiões mais nobres e comerciais de São Paulo.

Vinícius Oliveira, o menino Josué de dez anos atrás, em Central do Brasil, hoje vive Dario, prestes a completar 18 anos e que sonha em se profissionalizar como jogador de futebol, única coisa que sabe fazer na vida. Numa das cenas de “Linha de Passe” ele é chamado para jogar bola no condomínio da patroa da mãe. Ali ele experimenta drogas pela primeira vez e, assim como aconteceu comigo, se sente um peixe fora d’água no meio daqueles garotos de classe média e garotas tão belas. Por vezes olhei meus amigos com a pergunta: “o que é que faço aqui?”.

Dênis, o motoboy, poderia ser meu primo, assim como Dario, o crente, meu irmão. Mesmo ao retratar o pastor evangélico, Walter Salles toma o cuidado de não cair no senso comum do aproveitador, que usa a boa-fé da gente humilde.

Coincidência ou não, assim com Sandra Corveloni, que ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes em 2008, lá em 1998, exatamente há dez anos, Fernanda Montenegro ganhava o Urso de Ouro em Berlim por sua atuação em “Central...”, além de ser indicada ao mesmo título na cerimônia do Oscar. Tudo reflexo do genuíno trabalho de Salles.

Ao comentar esse ponto de vista com um amigo, disse a ele que Salles é o Almodóvar brasileiro. Tal qual o diretor espanhol, especialista na reprodução do universo feminino, “Waltinho” (com o perdão da intimidade) é exímio em tratar de nós, brasileiros, sonhadores e sofredores.
Claro que os estilos de filmagens são bem diferentes entre os dois diretores. Almodóvar tem uma narrativa mais pulsante com roteiros e cenas que escandalizam, enquanto Salles é exatamente o oposto. Entretanto, a densidade dos personagens de ambos pulam a tela e, por pouquíssimo, pediriam ao espectador um lugar na poltrona ao lado. Cinco estrelas.

Sunday, September 07, 2008

In memoriam

Faustin von Wolffenbüttel (Fausto Wolff)
(1940-2007)

Saturday, September 06, 2008

Trilha sonora

Todo mundo tem algum sentido mais aguçado. Uns ouvem mais, uns falam aos cotovelos, outros sentem qualquer cheiro há quilômetros de distância. Há aqueles que pensam e raciocinam bastante. Ou ainda os que enxergam muitíssimo. Não por acaso, eu sinto muito. Os bestas já farão cara de idiota e dirão: “hummmm, ele sente... eu sabia!!”. Otário!

A emoção é algo que me domina no campo da fala, do pensamento, da ação ou da escuta. Ela simplesmente passa por cima de tudo, sem pedir licença, sem medir as conseqüências. Por vezes atrapalha. Digo tudo isso para justificar que, mesmo para pensar política, falar sobre ela, agir para ela, a emoção me domina. “Isso acontece com todo mundo”, disse o amigo Quero na semana passada. Pode ser. Mas não atrapalha o raciocínio, Caio!

Bom, feito o narizão de cera, vou entrar no assunto mais prático. Os jingles de campanha. Como fofoca entre jornalistas corre solta, muita gente já sabe das minhas aventuras na campanha eleitoral do Geraldo Alckmin. Pois é, só que muita gente acha que eu sou o marqueteiro da campanha e resolvo todas as questões de natureza estética e criativa da campanha. Cansei de ouvir, “Pô, meu, avisa os caras que x”, “Fala pra eles que y”. Para esses caras digo apenas “menos, bem menos”. Fato é que todo mundo tá achando a campanha de rádio e televisão do PSDB uma bosta. Eu também estou. Mas estou achando todas uma bosta. A falta de criatividade impera na campanha paulista e nem os recursos clássicos foram empregados pelos marqueteiros de campanha até agora. Parece que houve um “apagão criativo” entre todos os marqueteiros. “Como não? A campanha do Kassab está dando um show”, disse ontem um ex-chefe da rádio Eldorado. Isso é o que ele pensa. Parece que ele não anda vendo a mesma campanha eleitoral que eu.

A campanha do Kassab tem muito dinheiro. É a que mais arrecadou na cidade. Eles estavam lá embaixo nas pesquisas e agora se aproximam, de pouco em pouco, do segundo colocado, não por acaso, o candidato que é meu patrão. Ora, a estratégia de campanha dos DEMs foi a de agressão. Eles criaram uma porção de jingles cutucando a Marta e parece que estão ganhando a porção do eleitorado tucano que é anti-petista antes de ser tucana. OK. Válido. O pessoal da GW que assessora a campanha do atual prefeito tem seus méritos, já o importante é sempre arrebanhar votos. Mas você sabe cantar o jingle da campanha do Kassab? Você se emociona com alguma propaganda da Marta? Seus olhos enchem de lágrimas ao ver o programa eleitoral do PSDB ou qualquer outro partido?

Com certeza, caro leitor, a resposta é não. Não porque a campanha eleitoral é fraca. A campanha eleitoral é sofrível do ponto de vista criativo e das emoções. Qualquer campanha de tv tem que marcar, criar uma identidade como marcou a mão com as cinco proposta de FHC ou o Lulalá de 89. Quem por acaso viu a campanha presidencial de 2002 presenciou um show de campanha eleitoral por parte dos marqueteiros petistas e tucanos.

“Ah, mas na campanha presidencial a coisa é mais cara, tem mais dinheiro", você pode argumentar. Pode ser. Mas quem não se lembra da “TV Coração”, do Maluf. O jingle “São Paulo é Paulo, porque Paulo é trabalhador...”? Ou ainda do “Francisco Rossi é trabalhador, Francisco Rossi para São Paulo, sim senhor...”? Pra ir mais longe, que tal o “Varre, Varre, Vassourinha. Varre, varre a bandalheira...”, do Jânio Quadros?

Isso tudo é para exemplificar que uma campanha eleitoral também tem que jogar com a emoção. É fundamental para qualquer candidato ligar sua imagem a uma marca. Claro que o que importa é o projeto de governo, é a história política, entre outros atributos. Mas nessa eleição municipal, todos os candidatos tem os mesmos projetos: metrô, corredores, centros de saúdes, postos... já parou para comparar os projetos? Pois é, eu já e digo: diferem na forma de dizer e chamar os projetos, mudam o rótulo, mas o conteúdo é vago e parecidíssimo.

Por isso, insisto que falta criatividade para os marqueteiros. Aliás, falta criatividade para a vida política do país. Mais tarde quero escrever sobre o que acho do fim da política pós-Lula. Mas isso é para depois. Quero também dizer que todo esse blábláblá que escrevi é sobre o ponto de vista estético da campanha. Nada mais que isso. O político e ideológico não dá pra discutir em poucas linhas como essa. De qualquer forma, vamos agitar aí, marqueteiros. A coisa tá bem feia....

Para terminar, coloco três momentos de campanha eleitorais que são fundamentais: a primeira, da campanha de Lula de 2002. O menino que discursa sob o fundo preto. Me arrepio e os olhos lacrimejam até hoje de ver. É a melhor de todas as propagandas. Equipara-se ao Lulalá, em 89, com todos os artistas reunidos.. Chico Buarque, Gal Costa, José Mayer, Gilberto Gil. Todos dirigidos por Paulo Betti e Paulo José. O último, não menos belo e emocionante, é tucano. Da campanha de José Serra em 2002. Idéia de Nizan Guanaes, mago do marketing político, como Duda Mendonça. Os dois estão afastados das campanhas. Duda menos, porque age pro fora, sob a alcunha do filho, que é marqueteiro da campanha tucana em Salvador (jingle do Imbasahy tem a cara do Duda Mendonça!). De qualquer forma, essa música do Serra é das mais belas e emocionantes em termos de jingle de campanha. Mas a conclusão que tiramos disso tudo é que, no final, jingle não ganha eleição. Só serve para escrever esse monte de besteira.

Vai aí:

LULA 2006 - PROPAGANDA



LULA 89 - JINGLE



SERRA 2002 - JINGLE

Monday, September 01, 2008

"Os desafinados"


No último domingo fui ao cinema para ver o novo filme do diretor Walter Lima Jr., “Os desafinados”. Motivos não me faltavam para ver a produção: Bossa Nova, elenco de estrelas, Rio de Janeiro, Nova York. Pela sinopse do filme pensei que veria uma leitura cinematográfica de “Chega de Saudade”, ótimo de livro Rui Castro sobre a história da Bossa Nova. Me enganei. Ainda bem. Embora o filme faça várias referências a turma de João Gilberto, Tom e Vinícius, “Os desafinados” é o lado dos perdedores, dos anônimos. Como muitos por aí, que não ganharam as páginas de jornais e revistas nesses tempos de efeméride do movimento musical.

A história é a de um grupo de amigos e amantes da música, que sonham em ganhar a América em um momento que a Bossa brasileira é sucesso de público e crítica no Carnegie Hall, em New York, New York. Os músicos até chegam a fazer sucesso, que não passa do trópico do Equador e é ofuscado pelos anos de chumbo.

O diretor Walter Lima Jr recentemente fez relativo sucesso com o filme “O Engenho de Zé Lins do Rego”. Em “Os desafinados” o tom documental também pode ser percebido nas falas de alguns personagens, que tentam explicar o que é e como nasceu a Bossa Nova. Até aí tudo bem. OK. É o mal dos diretores brasileiros. As vezes esse lado histórico-didático nem é tão mal assim, já que toda comunicação de massa vislumbra a massa acrítica também. Principalmente quando tem o dedo da Globo Filmes, como é o caso. De qualquer forma, os erros de Walter Lima estão na horrosa dublagem das cantorias de Cláudia Abreu, que são de assustar e até acho que a voz que aparece durante as apresentações musicais não é da atriz. Outro problema da produção é em relação as idas e vindas cronológicas e as soluções de roteiro dadas para o cruzamento das histórias. A pior delas é o ator Rodrigo Santoro voltando no final da história como gringo, vindo da Europa num inglês sofrível, trazer notícias da mãe morta. Ora, ele nunca tinha estado antes do Rio de Janeiro, como encontraria tão facilmente o bar do Manolo e faria isso justamente numa noite em que todos “Os Desafinados” se reuniram de novo, após trinta anos? Coincidência demais. Como o tom do filme às vezes é metalingüístico, já que há a produção de dois filmes dentro do filme, seria fácil resolver esses imbrólios mais facilmente.

Mas nem só de deslizes e desafinos vive o cinema brasileiro. O filme também tem coisas muito boas. A começar pelo elenco. Ter atores tão homogêneos é algo difícil numa produção, principalmente quando ela mistura atores e cantores na mesma função. Atores que cantam, músicos que interpretam, como é o caso de Jairzinho, aquele do “Balão Mágico”. Ele é um músico de boa qualidade e também mostrou que não desafina (ai meu deus, eu tentei não usar esse trocadilho horrível e idiota de novo) na hora de se lançar frente às câmeras com texto decorado.

Claro que em matéria de interpretação, Rodrigo Santoro, Selton Mello e Cláudia Abreu são os melhores representantes que um diretor pode ter. E eles são perfeitos. Rodrigo Santoro mais ainda. O cara é simplesmente genial! (sem cantar, claro). Me emocionei bastante com “Os Desafinados”. Certamente não será sucesso de público como “Tropa de Elite”, ou “A Grande Família” ou “Se eu fosse você”. Mas o filme de Walter Lima Jr cumpre seu papel de resgate da bossa nova, que não viveu só de sucesso. Viveu também de americanos sugadores de talentos, músicos durangos e muita bebedeira. Vale o ingresso.

Endereço: http://www.osdesafinados.com.br/