Friday, November 28, 2008

Legenda


"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
((Antoine de Saint-Exupéry, em "O Pequeno Caloteiro ))

Thursday, November 27, 2008

O passado "negro" de Barack Obama

Homenagem do leitor C. Quero.

Thursday, November 20, 2008

Obamania: minorias étnicas saem do armário

Olha, minha gente. Nada contra as minorias étnicas ou sexuais. Mas depois que o Obama ganhou as eleições, um incrível fenômeno acontece. A eleição do havaiano estimulou as minorias a saírem do armário. A última é esse convite que recebi de uma amiga armênia. Com todo o respeito a ela, que é uma menina muito legal, mas a moça resolveu fazer uma festa misturando "tudo que é sucesso em países que estão fora da Otan e do G8". Isso quer dizer o seguinte: vai tocar músicas egípcias, islandesas e salvadorenhas. Quer dizer também que a entrada dos turcos está liberada e que a Armênia também produz música, ao contrário do que você e eu imaginávamos.


Batchik Ballo

Em armênio, Batchik significa beijo. Ballo, em italiano é baile. Baile do beijo, do abraço, da celebração da boa música. A idéia por trás dessa festa é reunir na mesma pista pessoas ávidas por dançar, independente do que explode na caixa de som. Armênia e Itália são os países de onde vieram as famílias de Mayra Maldjian e Luiz Pattoli, idealizadores e DJs residentes da festa. Esse encontro singular de origens resulta num case abarrotado de músicas dançantes de (muitas vezes) inimagináveis partes do mundo. Nessa mistura entra tudo que é sucesso em países que estão fora da Otan e do G8. Bhangra, árabe, gypsy, salsa, cumbia, reggaeton, funk carioca, rap, reggae, dub, kuduro, afrobeat e qualquer outra música pop do "terceiro mundo" inspiram edições temáticas ou musicalmente promíscuas da festa. Ritmos locais com temperos mundiais. Ou seria o contrário?
Batchik Ballo @ Drops Bar
Dia 20/11, a partir das 20h
$10 entrada ou $15 de consumação
DROPS
Rua dos Ingleses 182 - bela vista ,
tel.: 2503-4486

Wednesday, November 19, 2008

Joga merda no Gilmar...


Agora que Daniel Dantas está enroladíssimo com a operação Satiagraha e o juiz Fausto de Sanctis, a revista “Carta Capital” resolveu deixar o “orelhudo” de lado e achou uma nova vítima: o ministro Gilmar Mendes. Não sei onde vai parar essa briga de foice, mas quero deixar meus votos para que o circo pegue mais fogo! Tudo bem que Carta Capital sofra do mal do presidente Lula, o exagero. Mas cá pra nós, esse Gilmar Mendes é um porco, né não? Com todo respeito aos suínos, quero discorrer mais futuramente sobre as atrocidades do ministro do STF nesse espaço, antes que ele resolva me proibir de alguma coisa. Esse é só um registro de que nesse espaço o juridiota é inimputável. Se por acaso o sr estiver lendo essas linhas entre uma e outra decisão do Supremo, ministro, saiba que em qualquer país do mundo v. Ex. não passaria de escrivão da Polícia Ambiental!

"Arrufos": uma aventura na Vila Maria Zélia


Imagine uma vila operária do começo do século. Ruas estreitas, casas de pé-direito baixo, muitas árvores, famílias sentadas no portão. Na praça principal adolescentes conversam em grupos, rodeados de crianças menores que correm de um lado para o outro, às vezes de bicicleta ou skate, falando alto e rindo. No centro da praça uma igrejinha. Bem em frente dela o coreto, que fica ao lado do parque, que fica por sua vez em frente à administração. A botica, ou farmácia, como chama hoje, fica atrás da igreja, justamente para atrair os compradores depois na saída da missa. Um cenário típico de interior, mas que ainda existe dentro de São Paulo.

Sábado fui até lá com a patroa para assistir o espetáculo "Arrufos", do Grupo XIX de Teatro. O grupo se apresenta em uma comunidade esquecida pelo tempo. É a Vila Maria Zélia, que fica no Belém. O lugar é simplesmente a primeira vila operária do Brasil. Inspirada nas vilas inglesas do início do século XIX, a Vila Maria Zélia foi construída a mando do industrial Jorge Street, que era dono da Cia. Nacional de Tecidos da Juta. A intenção dele era manter os funcionários por perto, para não ter atrasos. Hoje o prédio da fábrica abriga a Goodyear, mas a antiga vila luta contra o tempo para não desaparecer.

Acostumado à praticidade do círculo cultural Centro-Paulista-Augusta, quando saí de casa para ver “Arrufos” a primeira que me veio a cabeça foi reclamar da distância. “Por que esses atores malucos inventam de se apresentarem no fim do mundo?”. Ao cruzar a cancela que divide São Paulo da vila operária é fácil descobrir. O local é simplesmente fascinante e empresta todo o seu glamour a peça. Ouvi muitos elogios sobre o espetáculo antes de assistir, mas creio que muito do que as pessoas falam é justamente por causa da maravilhosa sensação de dar de frente com um lugar que nós, paulistanos da gema, só conseguimos ver nos filmes ou nas longas viagens de fim de ano.

É engraçado reparar que todo mundo que foi ver a peça teve a mesma sensação. As pessoas andavam pelas ruas estreitas da vila admiradas com a sobrevivência daquele espaço, com vontade de adquirir um pedaço do lugar para criar os filhos. A peça “Arrufos” acontece no prédio onde era a antiga botica, hoje revertido em espaço cultural. A mágica do espetáculo é que o grupo XIX conseguiu transformar o local em um lugar “aconchegante”, onde o público é parte fundamental da encenação.

O cenário de fora da sala ajuda a preparar o espírito do público para o espetáculo. Ao entrar na “botica”, temos uma arena toda decorada com abajures, onde os participantes sentam de dois em dois, separados justamente pelos corta-luzes. O enredo de “Arrufos” são os amores. Os que deram certo, os esquecidos, os passageiros, mas, sobretudo, os não ditos, perdidos e confundidos. O amor apenas. Dolorosos e doídos. Flamejantes e oprimidos. Renegados e retribuídos.

Algumas passagens são muitíssimo interessantes. Embora um espetáculo otimista em relação a amar, lembro de uma das falas do médico-personagem, onde ele confessa que “amar é a capacidade incrível de perceber virtudes no amado que ele não tem...” É genial! Ou ainda sobre como o cinema, a ficção , que nos presenteia com modelos de casais que pouco fazem sentido real, mas que pautam o desejo das pessoas. Essas que esperam a vida inteira por um “Happy End” Sebastianista.

Confesso que o texto de “Arrufos” está abaixo do que esperei sobre as discussões do amar. Faltou-lhe profundidade e maturidade para entrar em temas que permeiam o inconsciente do agente do amor e seu objeto de idolatria. O ponto positivo é que a qualidade do elenco, misturada a mágica dos adereços e a composição de cena, dão o equilíbrio linear à trama. Traduzindo em palavras de verdade: do caralho! (risos. Esse e o parágrafo do tucanês)

Saia de casa para assistir “Arrufos”. Você certamente ficará como eu, com a sensação de idiota por ter ignorado tanto tempo a existência de um lugar tão bacana. Um outro mundo, com certeza. O local, a peça, a companhia ao seu lado. Foi um sábado tão perfeito que um dos namorados da platéia resolveu pedir a companheira em casamento ali mesmo, ao final do espetáculo. Todas as mulheres ficaram com cara de inveja, pois gostariam de receber a mesma surpresa. Da minha parte, fiquei puto com o papelão do cara! Não pelo pedido público de casamento, que foi muito criativo, aliás, mas por me obriga a pensar num jeito ainda mais romântico de pedir a Fabiana em casamento daqui um tempo! Tô lascado...

Bom, pra encerrar, coloco dois vídeos no final. Um é da própria peça, “Arrufos”. O outro é de um documentário muito mal feito por estudantes da Metodista sobre a Vila Maria Zélia. Ambos os vídeos tem a qualidade técnica horrível. Mas acho que é uma forma de despertar em vocês a vontade de assistir e conhecer o local. Sorte!


Sobre a peça:




Sobre a Vila:




A vila também tem site: http://www.vilamariazelia.com.br/

Tuesday, November 18, 2008

MSN, Maconha e Suco de Milho Verde

Já que eu comecei a falar do CQC, o Top 3 desta semana também trouxe o professor Pierluigi Piazzi, com o qual trabalhei na Rádio Eldorado, fazendo uma cruzada contra o MSN na Tv Gazeta, do prof. Erasmo Nuzzi. 

Só pra constar, o professor Pierluigi anda tomando muito suco de milho antes de participar de programas de rádio e tv. Na Eldorado ele chegava pra gravar os programas trazendo um garrafa de suco de milho acoplada à mochila. Distribuía o suco na redação, beiçava uns goles e partia para o estúdio, onde falava mais de uma hora sem parar, sobre uma porção de bobagens de informática.  

Foi fazer isso na tv, acabou virando motivo de chacota. Agora quero ver limpar a barra com os maconheiros lá da redação...  Avisei várias vezes ao professor que o suco de milho misturado com pamonha ainda seria o fracasso da vida dele... Antes de sair da rádio ele ainda me alertou: "Cuidado com o MSN, ele é um vício!". Pensei que fosse brincadeira, mas não era...


N-Idéias no CQC: o negócio é zoar os caras

O N-Idéias está em festa. Nosso blog atingiu o cume da popularidade. Essa semana dois dos assuntos abordados por esse espaço entraram para o "Top Five" do programa CQC, da TV Bandeirantes. Acreditem. Foi das mãos deste que vos escreve que saiu as duas infames notas que dominaram o ranking de assuntos inúteis do CQC. Não é uma bosta? 

O problema é só um: o meu chefe. Ele é mais doido do que eu e qualquer coisa que eu sugiro ele compra. De mulher pelada a chamar o Obama de "negão" em rede nacional, vale tudo. Segundo ele, vamos "zoando os caras" até a Justiça mandar parar. Nossa próxima vítima é o Gilmar Mendes, que anda cantando muito de galo. 

As entidades de direito dos anões e dos presidentes americanos negros não tinham acionado a Redetv até agora, porque ninguém assiste aos nossos programas. Mas o CQC assiste e gosta do nosso trabalho. Será que com a "forcinha", finalmente tiram nosso programa do ar?


Wednesday, November 12, 2008

Anunciando e jogando...

Minha gente, a tira aí em cima é um pretexto para eu anunciar a minha mais nova aquisição: comprei um videogame. Pois é, apesar do momento difícil da economia mundial, resolvi importar um game de alta tecnologia que ainda nem sei mexer. Amanhã vou escrever um tratado sobre o que significa essa mudança pra mim. Agora, fiquem a pensar com uma tirinha que já dá o tom da mudança...

Friday, November 07, 2008

"Gigantes" do Ringue

Ok, Ok. Você pode me chamar de tonto e dizer que eu cheguei ao fundo do poço. Pode me chamar de idiota e dizer que esse blog é uma bosta (o que é um orgulho!). Mas depois de ver o nosso presidente discursando sobre sutiã, o Gilmar Mendes proibindo a Polícia Federal de batizar as operações contra os crimes de colarinho branco e o Obama dando uma de "Jacaré", soltando a franga na televisão, a semana tinha que acabar com uma boa notícia.

Um empresário da Austrália, espécie de Oscar Maroni gringo, resolveu faturar uma grana e lançou uma genial competição de boxe de anões... Pois é, você pode até ter visto essa notícia por aí. Mas o que você não viu, e vai ver agora, é que lá na Oceania a modalidade é tão, ou mais famosa, que o nosso "Gigantes do Ringue". A novidade da disputa pelo "cinturão" da categoria "peso-levíssimo", ou "peso-anão", é que os golpes baixos são permitidos e legítimos! (nossa, piada péssima!)




Confira o vídeo:

Barack Obama: o negão do "abuse e use"

Ele já foi comparado a celebridades como Martin Luther King, Bin Laden e até ao Dadá Maravilha. Mas nesse vídeo do "The Ellen DeGeneres Show", programa de auditório americano do tipo "SuperPop", Barack Obama é, sem dúvida, o irmão mais velho do "Negão do Abuse e Use", o saudoso Sebastian. Ele andava sumido do vídeo, mas agora já se sabe que trocou as propagandas da "C&A" para ser presidente dos EUA, sem direito a liquidação de bancos e hipotecas no final de ano!

Boris Ieltsin, dono da "lambada presidencial" mais famosa do mundo, deve estar puto da vida nesse momento, seja onde estiver, pois até agora não descobri se bêbados vão pro céu ou para o inferno!

Wednesday, November 05, 2008

"Deixa o Obama trabalhar"


Finalmente algum candidato apoiado por esse blog venceu alguma coisa. Depois de Marta, Gabeira e João do Grito (candidato a síndico do meu condomínio que foi derrotado), eis que Barack Hussein Obama é eleito presidente da maior Disneylândia do mundo, os Estados Unidos. Tudo bem que, com a crise, a Disney americana está com mais cara de “Beto Carreiro World” do que propriamente de “Mickey’s House”. De qualquer forma, fica aí a comparação grotesca entre o país de Britney Spears, Paris Hilton, Madonna e a inesquecível Sarah Pallin e o fantástico mundo encantado de “Valdisney World”.

Comemoro a vitória de Barack Obama não por ele ser negro, afrodescendente, afro-americano, portador de cor desprivilegiada, etc... Comemoro pelo fato da minha maré de má sorte ter ido embora! Eu já me sentia um Ricardo Noblat dos blogs, de tanto pé frio...

Acho que as eleições nos EUA já estavam chatas. Ninguém agüentava mais as piadas sobre as pernas e o QI de ameba da Sarah Palin, com a deficiência do John McCain e a cara de terrorista do vencedor no escrutínio. Outra coisa: o marqueteiro de Obama certamente é amigo íntimo de Duda Mendonça. Era tudo igual: “a esperança vai vencer o medo”, “a Av. Paulista de Chicago com mais de um milhão de pessoas”, “o corte de impostos”, “a geração de empregos”...

Meu Deus, as eleições no ex-país mais rico do mundo parecia a disputa entre Lula e Serra! Tanto que o Serra deles, o John McCain, fez de tudo para esconder o Bush, que corresponde ao nosso FHC. Ambos deixaram o cargo mais impopulares que as piadas do Beguocci ou do Joselito!

Fato é que o pleito “estadunidense”, como gosta de dizer o Aldo Rebelo e a professora Maria Aparecida Aquino, é repleto de simbologia popular, como a eleição do metalúrgico barbudo. Assim como fiz em 2002, fiquei até as quatro da manhã na frente da tv acompanhando os discursos americanos. Segurei as lágrimas porque elas já tinham se esgotado naquela época. De qualquer forma, o discurso de Obama foi bem mais realista do que os anseios dos eleitores. Sem muitos sorrisos como na campanha, mais realista e sensato, Obama sabe que a tarefa que vem por aí é duríssima. A parte mais “fácil” era essa, agora é reverter votos em capital político para as mudanças necessárias e não muito populares.

O novo presidente já disse ontem que essas transformações não têm data nem hora para acontecer. Mas graças a Deus chegaram. Tudo tem um começo. Em 2012 veremos mais uma vez o “negão” pedindo votos. Aposto no slogan “Obama de novo, com a força do povo”. Duvida? É barbada!

As eleições nos Estados Unidos foram melhores que o Brasil de 2002 por apenas um aspecto: os americanos estão mais atentos às mudanças de discurso do novo mandatário e sabem que eleição e ação são diferentes. Ninguém poderá acusar Obama de “estelionato eleitoral”, “traidor” e tudo mais que Lula ouviu no Brasil ao se candidatar a reeleição.

Obama e Lula são símbolos de um mundo que pede mudanças. Mudanças pacíficas através do voto, sem guerra, sem traumas. A América do Norte foi a última grande nação democrática a passar por isso, fenômeno visto no Brasil, Venezuela, Bolívia, entre outros “hermanos” da triste, mas esperançosa, América Latina.

Agora é “deixar o homem trabalhar” e torcer para que programas como “Bolsa Família”, “Fome Zero” e “PAC” emplaquem lá, como cá. Se a crise deixar, teremos o metalúrgico e o negão substituídos por outra novidade: uma mulher. Se for para vencer preconceitos, aproveitemos a onda. Nada seria mais justo que as mulheres tomassem o poder depois que o pobre e negro fizeram suas partes. Nesse ponto, sou mais Dilma que Sarah Palin ou Hillary Clinton.