Thursday, March 26, 2009

Meu dia de Mônica Bergamo

Coincidentemente estive hoje na livraria Cultura do Conjunto Nacional, justamente na noite em que José Gregori lançava seu mais novo livro: José Gregori - Os sonhos que alimentam a vida. Confesso que tinha lido outro dia na Folha sobre o evento, mas não me atentei a data. Tanto que me espantei ao ver aquele tanto de gente engravatada, enquanto trajava uma calça jeans rasgada e um humilde chinelo de dedos com correia azul. 

José Gregori foi ministro da Justiça de FHC e, como era de se esperar, caciques tucanos de alta plumagem apareceram no evento. Entre as tantas figuras, o governador paulista José Serra e seu antecessor (e atual secretário) Geraldo Alckmin.

Até aqui, nada de novo. Mas o que você não vai ler nos jornais amanhã é que José Serra deu uma de "José sem braço" e furou a fila de autógrafos, para a fúria de muitos que aguardavam a oportunidade de um aperto de mão no ex-ministro. Entre os que esperavam na fila estava justamente o humilde secretário Alckmin, feliz da vida com os resultados da última pesquisa Datafolha para a sucessão no estado e distribuindo sorrisos e tchauzinhos aos transeuntes.  

Provavelmente Folha e Estado também não dirão que, cansado de esperar na fila, Geraldo "Trabalho e Geração de Renda" Alckmin, saiu a francesa do evento, minutos depois que o patrão Serra deixou a livraria. O novo titular da pasta estadual de Desenvolvimento foi embora sem nem pegar autógrafo do anfitrião da noite. 

Gente muito influente do PSDB me garantiu que "Geraldinho", como é conhecido no partido, sequer adquiriu um exemplar do livro de Gregori, saindo do evento de mãos abanando e fazendo jus a fama de muquirana. Pelo sim ou pelo não, a lição que fica é que o "jeitinho brasileiro" parece não ser privilégio apenas dos cidadãos de baixa renda. 

Papelão, governadores.

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