Wednesday, June 04, 2008

“The Bubble”, muito além da tragédia gay

Nos dias frios nada é melhor que ficar em casa lendo e assistindo TV, tô certo? Quem não quer aproveitar as noites frias para acompanhar o final das séries do Warner Channel ou as estréias de novela da Globo e da Record, pode correr até a locadora mais próxima e alugar um bom filme, já que ninguém agüenta mais as reprises e os filmes chatos da TV a Cabo. Sabe, uma das coisas mais chatas de ser cinéfilo, ou gostar de cinema e freqüentar sempre, é que todos os lançamentos que a TV alardeia pelos quatro cantos, com anúncio em revista e infinitas chamadas na programação, são completamente desnecessários e meras reprises pra você. Cheguei a conclusão que, mesmo a TV paga, é uma bosta no Brasil. Tenho vinte canais de filmes, dos mais variados, mas poucas são as películas que realmente valem a pena ver. As melhores geralmente já vi no cinema. Vale mais para revê-las. Mas fazer o quê, ruim com ela, pior sem ela.


Mas voltando ao filme, uma das novidades que chegaram às locadoras é o DVD “The Bubble”, do diretor israelense Eytan Fox. É o primeiro filme que assisto desse sujeito, pois, assim como os filmes iranianos, fujo de produções que possam sinalizar de alguma forma opressão religiosa (risos). Quando não são chatos, são longos. De qualquer forma, a minha atriz predileta é israelense e qualquer sacrifício é válido por ela. Como dia 09 a deliciosa Natalie Portman faz aniversário, resolvi procurar algum filme dela que eu ainda não tinha visto. No caminho esbarrei com o famigerado “The Bubble” na sessão de “filmes asiáticos”, que já tinha me sido indicado por um antigo casal de amigos, “Quero Alcântara e Silva”. Pra minha surpresa, o filme é muito bom e vale a lágrima que derramei.


No resumo da contracapa diz que o título, “The Bubble”, retrata “como os israelenses chamam Tel Aviv, Bolha, já que muitos habitantes locais optam por se excluírem da realidade social e política do país”. Até aí, parece resumo de documentário da “Discovery” que eu costumava pegar na biblioteca da faculdade. Mas por ser indicação de amigo, fui com a cara e com a coragem. Meu fiel amigo se interessou mais pela parte do resumo que fala das peripécias gays de um grupo de três amigos que moram juntos em Tel Aviv. E o filme começa com muito homoerotismo: homens se beijando e até transando. Salvo pela belíssima Daniella Wircer, única mulher de verdade do filme, não teria visto nenhum peitinho bonito o filme inteiro.


Mas o que surpreende nessa película é a sensibilidade que o diretor teve em transportar uma história de amor impossível entre um árabe e um judeu para o universo gay sem desmoralizar Shakespeare, dono do primeiro amor impossível entre inimigos na história da dramaturgia. Até as cenas de amor entre os dois meninos se tornam bonitas quando você enxerga o conflito que todos os dias milhares de pessoas são obrigadas a enfrentar na fronteira entre Israel e Palestina. Numa das cenas, os dois estão na maior “gozação” e, atrás, uma linda declaração de amor à Tel Aviv está escrita na parede do quarto.


Muito mais que uma tragédia amorosa gay, “The Bubble” nos faz sentir vergonha de fechar os olhos para o eterno conflito no berço do cristianismo e de toda religiosidade mundial. Noam, um dos amantes gays da história, desiste do serviço na Guarda Nacional por conta da truculência do exército contra inocentes como uma grávida, que perde o bebê na fronteira enquanto é revistada e humilhada por um soldado de Israel. O filme resgata as memórias da infância dos dois namorados centrais da trama, mostrando como a o ódio e a diferença entre os dois povos é antigo e enraizada na vida de jovens judeus e árabes. A passagem que achei mais sensível , o palestino Ashraf olha para uma criança na fila da revista na fronteira e sente vergonha de ter que submete-lo a tamanha humilhação.

Desculpe se serei estraga prazeres, mas, assim como em Romeu & Julieta, Romeu & Romeu do cineasta Eytan Fox também morrem juntos no final da tragédia. Mas morrem com a mesma certeza e bestialidade da morte de milhares de pessoas em atentados à bomba e incursões militares: o processo de paz na região não avançou um centímetro a mais.
Outro destaque do filme é a trilha sonora, que é familiar pra nós brasileiros. As cenas nos bares de Tel Aviv são ambientadas com as canções “Aroud”, “Cada Beijo” e “Aganjú”, de Bebel Gilberto. Além da brasileira, a trilha é composta por Belle&Sebastian, Lloyd Cole e Antique. Mas o destaque vai para a música tema “Song to a Siren”, imortalizada pela voz de Tim Buckley, mas no filme é interpretada pelo ícone gay oriental Ivri Lider.

Abaixo um pouco mais da canção na voz original e também o trailler do filme com a música tema.




A página oficial do filme é essa aqui:
http://www.thebubble.msn.co.il/eng/index.asp

A versão da música com Ivri Lider é a seguinte:

2 comments:

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